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1postarfotoSTFMinistros do Supremo Tribunal Federal (STF) reclamaram, durante sessão do plenário desta quinta-feira (4), do barulho de buzina feito por servidores do Judiciário durante protesto em frente à Corte por aumento de salário. O primeiro a criticar o ruído, bem perceptível dentro do plenário, foi o ministro Luiz Fux, que se irritou com a dificuldade para ouvir os colegas no julgamento de um processo de matéria tributária.

No último dia 27, um grupo de cerca de 250 manifestantes que pedia aumento para servidores do Judiciário tentou entrar em área que dá acesso ao prédio principal da Supremo Corte e acabou sendo atingido por spray de pimenta liberado pela Polícia Militar do Distrito Federal. Naquele dia, as buzinas já estavam sendo acionadas pelos manifestantes e podiam ser ouvidas dentro do plenário durante sessão.

“Será que isso é democracia? Será que isso é liberdade de expressão? Tem horas que está difícil de entender. Será que um diálogo no intervalo [da sessão] não resolve essa democracia toda?”, indagou Fux nesta quinta-feira ao presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski.

Diante da reclamação, Lewandowski explicou que o Supremo apoia o pleito dos servidores e incluiu o aumento desejado na proposta de Orçamento de 2015 que enviou ao Palácio do Planalto. Ele destacou, porém, que caberia ao Executivo enviar o texto na íntegra ao Congresso, o que não ocorreu. O Planalto mandou ao Legislativo uma proposta prevendo aumentos menores que o pretendido pelo STF para ministros e servidores.

Em meio à explicação de Lewandowski, a ministra Rosa Weber ironizou a irritação com o barulho da manifestação. “Como ruídos que não chegam nem a 80 decibéis incomodam tanto?”, indagou.

“De qualquer maneira acho que é o endereço errado”, respondeu o presidente do Supremo, reforçando que o pedido de aumento deveria ser feito ao Executivo e ao Congresso Nacional, que terá a palavra final sobre o Orçamento. Em seguida, o ministro Marco Aurélio Mello brincou: “Percebemos que o fundo musical é de péssimo gosto”.

Protesto
Cerca de 200 manifestantes se concentraram na Praça dos Três Poderes, em frente ao STF, para protestar em defesa de autonomia no Judiciário e reajuste salarial. Além de faixas e bandeiras, eles usaram panelas e buzinas durante o protesto.

Os manifestantes, que chegaram a ultrapassar a grade de proteção do Supremo, só pararam com o barulho após o coordenador-geral do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (Sindijus), Jailton Assis, ser recebido pelo diretor-geral do Supremo, Amarildo Vieira.

Vieira explicou ao líder do Sindijus que Lewandowski terá uma reunião com a presidente Dilma Rousseff sobre os aumentos pretendidos pelo Judiciário depois que tomar posse oficialmente como presidente do STF, o que ocorrerá no próximo dia 13 de setembro.

O coordenador do Sindijus disse que o diálogo do STF com a Presidência da República sobre o reajuste salarial é "fundamental". "Pelo fato da posse dele Lewandowski, como presidente do Supremo] e de uma campanha que está correndo da Presidência [da República], essa agenda não foi possível, mas a gente espera e tem cobrado do ministro que ela seja mais rápido possível”.

A manifestação se encerrou por volta das 17h e a segunda parte da sessão de julgamento do Supremo transcorreu sem barulho de buzinas.

​Fonte: G1​

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