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Por João Batista

Antes do PL 2648, agora PLC 29/2016, ser analisado pelo Plenário, o Senado vai fazer audiência pública na CAE - Comissão de Assuntos Econômicos do Senado -, e ainda ouvirá o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Tudo isso orquestrado para, mais uma vez, simplesmente enrolar os servidores. Acrescente-se a mudança de postura daqueles senadores que antes na oposição ao Governo Dilma apoiavam a categoria e hoje, na base do Governo Temer, pedem a compreensão dos servidores para não ter reajuste agora diante da situação econômica do País. 

Renan também botou debaixo do braço os 13 projetos aprovados pela Câmara. Dos catorze projetos aprovados no dia 1º/06 pela Câmara, somente um projeto não foi afetado: o projeto dos servidores do Senado que já foi para sanção presidencial, projeto esse de autoria do senhor Renan Calheiros.

E se o PLC 29/2016 não for decidido neste mês, fica complicado sua aprovação nos próximos meses diante de alguns eventos. Junho é tradicionalmente mês marcado pelas ausências dos parlamentares para participar nos seus Estados dos festejos de São João, sem contar no Congresso Nacional o expediente normal do TQQ - terça, quarta e quinta-feiras. É bom não esquecer que o pagamento das duas primeiras parcelas previstas no PLC 29/2016 ocorrem em junho e julho.

Embora não haverá recesso parlamentar no mês de julho, o Senado vai estar convocado excepcionalmente para reuniões exclusivas para debater o impeachment da Dilma. Cenário difícil para eventuais sessões deliberativas no Plenário da Casa para apreciar outras matérias. Em agosto começa a campanha para eleições municipais, com os servidores da Justiça Eleitoral todos voltados para cumprir o apertadíssimo calendário eleitoral. E tudo isso somado, adicionado ainda à diária mudança da conjuntura política, aliada à proposta do Governo de estipular o teto de gastos para a máquina pública, o PLC 29/2016 corre o sério risco de ficar parado nas gavetas do Senado no segundo semestre de 2016.

Por esses motivos que em junho deve-se se fazer um último esforço com intensas mobilizações e atos devidamente orientados pela Fenajufe que tem adotado até agora a interlocução interna nos corredores e gabinetes dos senadores. E isso não pode ser suficiente. Nestes poucos dias de junho que nos restam é preciso que a pressão também parta das ruas, parta do gramado do Senado, parta dos buzinaços, e isso é o que mais teme o atual governo provisório e sua base aliada.

Em dias históricos de junho de 2015, depois de muita luta e greve, em 30/06 conseguimos aprovar no Senado Federal o PLC 28/2015. É preciso voltar a pipocar em mobilizações. Brasília tem mais de 20 mil servidores do PJU. Não basta exteriorizar nas redes sociais nossa revolta, é preciso ocupar o eixo monumental da Capital Federal.

A Fenajufe, neste momento crítico, tem que assumir sua função de entidade de cúpula e orientar, de forma urgente, os sindicatos de base para que haja uma mobilização nacional, de forma conjunta e uniforme. Dia de um Ato Nacional no gramado do Senado seria o primeiro encaminhamento. Pelo calendário exposto acima, esse Ato tem que ser realizado na semana que vem.

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João Batista é diretor do Sinjufego

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