Sinjufego

De O Globo:

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse ontem que Marinha e Aeronáutica estão preparadas para atuar como polícia nas regiões de fronteira, como pretende o governo, e que isso aconteceria na ausência de policiais.

- Se por acaso não tiver nenhum policial civil ou federal, Aeronáutica e Marinha poderão fazer o flagrante - explicou Jobim a jornalistas no Rio de Janeiro.

A proposta de mudança na Lei Complementar 97, que regulamenta parte das atribuições das Forças Armadas está na Casa Civil e, segundo o ministro, "já está tudo definido e revisado pelo presidente da República, só falta enviar ao Congresso". Jobim, no entanto, não deu prazo para esse envio.

deu em o estado de s.paulo

Militares aceitam maior presença do poder civil

Promessa de orçamentos robustos e edição de novo plano estratégico agradam Exército, Aeronáutica e Marinha

De Tânia Monteiro:

Temas tabus nas Forças Armadas, o papel de "policial das fronteiras" e a submissão completa ao poder civil foram digeridos pela cúpula militar depois de um processo de negociação, comandado pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim. A articulação envolveu a promessa de orçamentos mais robustos para Exército, Aeronáutica e Marinha e a edição de um novo plano estratégico ao gosto dos militares.

O resultado é que o governo, como apurou o Estado com fontes militares, não vai enfrentar maiores problemas na caserna durante a tramitação no Congresso da proposta de alteração da Lei Complementar 97, que estende para a FAB e Marinha o poder de polícia e dá mais poderes ao ministro da Defesa.

No campo político, para que as resistências às mudanças fossem as menores possíveis, Jobim dedicou os últimos meses a promover diversas reuniões com lideranças partidárias, além de integrantes das Comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara e do Senado.