Hoje Notícias - Política - Dia 13/12/2009
Charles Daniel
O tom da festa de confraternização do PP realizada ontem em Piracanjuba foi de união dos partidos da Nova Frente Partidária, composta pelo PP, DEM, PR e PSB. Ao participarem da festa os presidentes regionais do DEM, deputado federal Ronaldo Caiado; do PR, deputado federal Sandro Mabel; e do PSB, presidente da Goiás Turismo Barbosa Neto, o evento que seria uma confraternização do PP se tornou de afirmação da Nova Frente.
Caiado iniciou o discurso dizendo que se sentia em casa e, prosseguiu tecendo elogios ao governador, Alcides Rodrigues (PP). "Nunca vi um governador com tanto equilíbrio no uso do poder", elogiou. O presidente regional do DEM concluiu o discurso pedindo a escolha do candidato da Nova Frente. "Diga quem vai ser o candidato ao governo, porque queremos ir para a arrancada, para o palanque", disse, em tom de empolgação.
Ele justificou sua ausência nas articulações dizendo que é devido ao seu trabalho como líder dos democratas na Câmara Federal e, aconselhou os presentes a deixarem as picuinhas de lado no momento em que Alcides escolher o candidato da chapa.
Mabel preferiu focar a construção do projeto da coligação para Goiás e disse que o nome do candidato sairá no momento certo. "Nossa equipe não quer cargo. Eu e Caiado temos para onde ir. Queremos alavancar Goiás ainda mais, num projeto que não tem partido", ressaltou, enfocando ainda a união da Nova Frente.
O republicano também elogiou Alcides, dizendo que ele sofreu calado, ao lembrar de problemas herdados do governo antecessor, Marconi Perillo (PSDB), como o déficit de R$ 100 milhões ao mês e o endividamento da Celg. Barbosa Neto, também criticou a herança deficitária deixada pelo tucano e elogiou Alcides.
Pepistas
Quanto aos membros do PP, todos sinalizaram sinal verde à nova composição. "Não vamos sair do alinhamento que o senhor colocar. Vamos caminhar juntos", disse o secretário geral da sigla, Sérgio Lucas, ao governador. O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado estadual Evandro Magal (PP), disse que o partido está unido e na busca por mais alianças.
O secretário de segurança Pública, Ernesto Roller, respondeu a declaração de Marconi, de que o desentendimento entre pepistas e tucanos está na cúpula. "Esse partido não tem cúpula e não tem base. É um só, unido", afirmou, sinalizando que os pepistas estão todos com a Nova Frente, ao contrário do que disse o tucano, de que a base do PP caminhará com o PSDB.
Outros presidentes de partido sinalizaram apoio à Nova Frente, como Ademar Borges (PSDC); Edivaldo Cardoso (PTdoB); e o presidente da Metrobus, Francisco Gedda. "O PTN acompanhará o governador em todas as suas ações", afirmou Gedda.
Também participaram do evento a senador Lúcia Vânia (PSDB); deputados federais Roberto Balestra (PP), Sandes Júnior (PP) e Pedro Chaves (PMDB); deputados estaduais Ozair José (PP), Luiz Carlos do Carmo (PMDB), Álvaro Guimarães (PR), Marlúcio Pereira (PTB), José Nelto (PMDB), Misael Oliveira (PDT), Tiãzinho Costa (PTdoB) e Wellington Valim (PTdoB), entre outras autoridades.
Alcides diz que base está com chapa
O governador, Alcides Rodrigues (PP), comentou ontem durante festa de confraternização do seu partido a declaração do senador Marconi Perillo (PSDB) de que a base de partidos como o PP caminhará com os tucanos nas próximas eleições. Alcides disse que o encontro por si só responde à questão. "O que era para ser o encontro do PP, teve a presença de todos os partidos, inclusive do próprio PSDB", respondeu.
Ele disse ainda que todos estavam felizes por participarem da confraternização, porém, ressaltou que não quer discutir quem vai estar com quem nas próximas eleições. Segundo o pepista, o encontro ficou mais grandioso devido à presença de lideranças de outras siglas. "Isso é muito bom. Demonstra de forma clara o que sempre aconteceu. É um partido aberto e respeitoso com os companheiros", salientou.
Com as conversações, o governador espera que as legendas da Nova Frente Partidária, PP, DEM, PSB e PR, cheguem a um denominador comum para lançar o nome do seu sucessor, focando que será para vencer as eleições. "Eu, pessoalmente e muitos acreditam nessa alternativa", declarou.
Ele não quis dizer quando o candidato da chapa será escolhido. Disse apenas que será na hora oportuna, nem antes, nem depois. "O tempo e a perseverança nos ensina. Não podemos ser afobados", justificou.
Ao ser questionado se a Nova Frente havia se consolidado na festa do PP, Alcides respondeu que há uma série de partidos e lideranças que pensam na mesma direção. "Estamos trabalhando para que seja escolhido um candidato que tenha competência, respeitabilidade do povo de Goiás e que tenha auto-espírito público", salientou.
O pepista disse que ainda não conversou com o presidente Lula (PT) sobre eleições durante missão à Ucrânia e França. Segundo ele, as conversas ocorrerão no momento necessário, pois, agora é hora de trabalhar.
Sérgio Caiado minimiza desentendimentos
O presidente regional do PP, Sérgio Caiado, minimizou o desentendimento entre pepistas e tucanos. Ele disse que o partido sempre esteve aberto às conversações, desde que o PSDB não tenha um candidato definido ao governo. "Estamos buscando uma candidatura que renove a política do Estado", assegurou.
Para ele, a Nova Frente foi bem aceita pela base do PP. "A prova está aqui, com milhares de lideranças de todas as partes do Estado", frisou. Segundo o presidente da sigla em Goiás, a coligação ainda não está totalmente formalizada. "As conversações estão fluindo, até que se chegue a uma conclusão, mas não há um prazo para isso", afirmou.
O governador Alcides Rodrigues (PP) anunciou em seu discurso investimentos para o próximo ano em obras essenciais. Para Goiânia, o investimento será voltado para a universalização do saneamento básico, conforme disse o governador.
Ele voltou a falar no déficit de R$ 100 milhões herdados do governo anterior, regularizado no final do ano passado e ressaltou que ultrapassou muitos obstáculos, mas que há outro gargalo, o endividamento da Companhia Energética de Goiás (Celg). Ele destacou que neste ano houve crescimento de empregos com carteira assinada, do Produto Interno Bruto (PIB) e das exportações.