O Popular - Política - Dia 28/02/2010
Rodrigo Maia (foto): DEM vai mostrar “pontos positivos” da sigla
Agência Estado
São Paulo – Pesquisa Datafolha que será publicada na edição de hoje do jornal Folha de S. Paulo mostra o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, o governador de São Paulo, José Serra, com 32% das intenções de voto; a pré-candidata do PT, a ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff, com 28%; o deputado federal Ciro Gomes (CE), pré-candidato do PSB, com 12%; e a pré-candidata do PV, senadora Marina Silva (AC), com 8%. Na mostra anterior da Datafolha, divulgada em dezembro de 2009, a distância entre os dois principais candidatos era bem maior – Serra tinha 37%; Dilma, 23%; Ciro, 13%; e Marina, 8%.
Isso significa que, em dois meses, a diferença entre Serra e Dilma caiu 10 pontos porcentuais. Os outros dois candidatos permaneceram com quantias semelhantes às da pesquisa anterior. A pesquisa foi realizada entre os dias 24 e 25 de fevereiro. Do total de entrevistados (2.623), 9% disseram que vão votar branco, nulo ou em nenhum dos candidatos e 10% informaram que estão indecisos. O levantamento tem margem de erro de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. A pesquisa também apresentou cenário sem a presença de Ciro. Nessa simulação, aumentam para 38% as intenções de voto em Serra (ante 40% na pesquisa realizada entre 14 e 18 de dezembro); Dilma atinge 31% (ante 26% da pesquisa anterior); e Marina fica com 10% (11% no levantamento de dezembro).
No cenário com Aécio Neves (PSDB), governador de Minas Gerais, Dilma obtém 30% dos votos; Ciro, 21%; Aécio, 13%; e Marina, 11%. No cenário sem Serra e sem Ciro, Dilma obtém 34%; Aécio, 18%; e Marina, 15%. No cenário de segundo turno, em eventual disputa entre Serra e Dilma, o tucano lidera com 45% das intenções de voto e a petista aparece com 41%. O levantamento realizado em dezembro apontava Serra com 49% das intenções de voto e Dilma com 34%. Em outro cenário de segundo turno, Dilma vence com 48%, contra 26% de Aécio.
Na Datafolha, Serra registra o maior índice de rejeição entre os presidenciáveis, com 25%, seguido de Dilma, com 23%, Ciro, 21%; Aécio, 20%; e Marina, 19%. A pesquisa avaliou também o índice de aprovação do presidente Lula – 73% de ótimo e bom. Na pesquisa de dezembro, este índice foi de 72%, o mais alto patamar de popularidade apurado pelo Datafolha desde a posse do presidente Lula, em janeiro de 2003. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob protocolo nº 4080/2010.
Deu na Folha de São Paulo
Desgaste de Serra ajuda crescimento de Dilma
De Mauro Paulino, Diretor-Geral do Datafolha, e Alessandro Janoni, Diretor de Pesquisas do Datafolha:
A pesquisa Datafolha divulgada hoje revela que o crescimento de Dilma Rousseff reflete não só a transferência da popularidade de Lula como eventuais arranhões na imagem do governador José Serra.
Uma análise dos resultados permite supor que a oficialização da candidatura do PT e a maior exposição do apoio do presidente a Dilma não são os únicos fatores que explicam as mudanças. O desgaste da candidatura de Serra em estratos importantes do eleitorado também compõe o cenário.
O conhecimento de Dilma como candidata apoiada por Lula cresceu de 52% para 59%. Nos segmentos de menor renda e menor escolaridade, a taxa subiu oito pontos percentuais, mas ainda não é majoritária.
Há, aproximadamente, 14% de brasileiros que querem votar no candidato de Lula, mas não o fazem por desconhecê-lo. Em dezembro, eram 15%.
Já Serra perdeu cinco pontos percentuais -o prejuízo foi maior onde a aprovação do governo federal é expressiva.
Mas a perda de três pontos percentuais do tucano na região Sudeste talvez seja mais relevante, não só pelo peso político, como também estatístico. O Sudeste responde por aproximadamente 42% da população adulta do país. A vantagem de Serra para Dilma na região caiu de 22 para 14 pontos.
A taxa de rejeição é outro dado que pode confirmar o desgaste do tucano. Em dezembro, 19% diziam que não votariam em Serra de jeito nenhum. Agora, esse percentual é de 25%.
Neste momento, Serra e Dilma estão no mesmo patamar de intenções de voto. A partir do início da campanha, os eleitores irão compará-los, assim como farão com a imagem de Dilma e os atributos de Lula. Dessa empatia dependerá a concretização do potencial de transferência de votos de Lula.
Deu na Folha de S. Paulo
Pesquisa: modos de usar
De Renata Lo Prete:
O Datafolha que aponta estreitamento da diferença, já na vizinhança da margem de erro, entre José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) fatalmente aumentará a especulação sobre a perspectiva de desistência do governador paulista. Sua porta de saída, porém, tornou-se minúscula.
Crescerá também a pressão tucana para que Aécio Neves aceite ser vice de Serra. Longe de microfones, até os petistas reconhecem que essa possibilidade é real, mas, numa direção ou em outra, não é assunto que vá se resolver agora.
Por fim, o resultado irá acelerar a retirada do oxigênio de Ciro Gomes (PSB). Os números desautorizam o discurso de que sua presença seria necessária para garantir a passagem de Dilma ao segundo turno.
Deu na Folha de S. Paulo
Ou vai ou racha
De Eliane Cantanhêde:
O Datafolha de hoje confirma a previsão do Planalto e não deixa alternativa para os tucanos: agora, ou vai ou racha.
Significa que o tempo de hibernação de José Serra se esgotou e que ele tem de se lançar já à Presidência, antes que seja tarde.
Como significa que a eleição atingiu o ponto ideal para a definição de Aécio Neves: sempre se soube, mas nunca tinha ficado tão evidente o quanto sua candidatura a vice é fundamental para a oposição.