Qualquer proposta de redução de direitos seria de difícil aprovação caso houvesse união dos servidores e forte filiação aos sindicatos, despertar essa força adormecida seria o melhor presente no Dia do Servidor Público

A cruzada de ataques contra os servidores públicos é uma política bem pensada e previamente avisada pelo atual governo.

A carreira pública deixa de ser uma questão de Estado para ser uma clara política de governo, o que visa atender aos apelos do setor empresarial para ocupar o filão bilionário do serviço público que passará a ser tocado quase que exclusivamente pelas empresas terceirizadas.

A velha e manjada estratégia é vilipendiar, é desqualificar os servidores concursados perante a sociedade para justificar a privatização e a ocupação dos cargos públicos por comissionados. Será uma miragem a ascensão social do pobre via concurso público. O que se diz ser o novo não passa de enganação para retomar o retrocesso.

Por trás da Reforma Administrativa está o interesse de transformar o serviço público num grande balcão de negócios. Já existe decreto presidencial para privatizar o SUS. Já existe estudo do Banco Mundial que objetiva privatizar o Judiciário, processo que gradualmente vem sendo executado. A ideia do projeto é ter apenas do quadro juiz e diretor de secretaria.

Os ataques do governo aumentam na medida em que os servidores silenciam e se dividem. Não é demais dizer que há entre nós quem defenda redução dos seus próprios direitos. Deveria entender que governos passam, a carreira permanece.

O conjunto da classe não sabe a força que tem. Qualquer proposta de redução de direitos seria de difícil aprovação caso fôssemos um time de milhões de funcionários públicos empunhando uma única bandeira nas ruas e praças.

Nunca precisamos tanto da união dos servidores como agora. Nunca precisamos tanto da organização sindical. É preciso resgatar para hoje as lutas de ontem. Chegamos ao ponto que a luta do presente é justamente para manter as duras conquistas obtidas no passado.

Feliz Dia do Servidor Público! Nosso maior presente é o despertar da força adormecida!

João Batista Moraes Vieira
Presidente do Sinjufego