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Em dia "D" para os servidores, Lewandowski se omite

Em dia decisivo para os servidores do Poder Judiciário da União (17/12/14), em que necessitava de uma interlocução firme do Chefe do Poder para repor as perdas inflacionárias dos servidores, o presidente do STF preferiu participar de sessão do Tribunal a ir negociar o reajuste dos servidores no Congresso Nacional e no Planalto. Numa atitude de Pilatos, Lewandowski lavou as mãos. Diante das declarações de que não aceitaria aprovação do aumento do subsídio dos juízes sem aprovação também do reajuste dos servidores, esperava-se na prática muito mais do presidente do STF a fim de quebrar a resistência e a intransigência do Governo.

Por outro lado, o trabalho de interlocução do STF foi muito bem sucedido nas causas da magistratura. Além de trabalhar firme na aprovação do auxílio-moradia de R$ 4.377,73, os projetos de interesse da magistratura (aumento do subsídio e da gratificação por cumulação de ofícios) foram aprovados com muita facilidade. Na aprovação dos projetos, os juízes fizeram "barba, cabelo e bigode" , quando o STF deveria saber que o Judiciário Federal não se faz apenas com juízes. Foi humilhante para os servidores acompanharem a aprovação de todas as matérias de interesse da magistratura e não ver passar simplesmente nada em favor da reposição salarial dos servidores. Essa é a desigualdade social de classe que também atinge em cheio o Judiciário.

Patrão é patrão, trabalhador é trabalhador!

Os servidores precisam saber que as políticas de gestão dos Tribunais caminham rapidamente para se instalar o fosso salarial criando uma espécie remuneratória de Casa Grande & Senzala, onde os magistrados estão garfando proporcionalmente a maior fatia do bolo orçamentário. A disputa pelo orçamento, conforme já alertado pelo Sinjufego, é desigual em favor da magistratura que tem o poder da caneta das decisões e as portas sempre abertas dos gabinetes de Ministros e Parlamentares. Mais do que nunca é preciso união dos servidores para enfrentar esse conservador Judiciário cada menos inclusivo e cada vez mais desigual, sempre com a chibata na mão para exigir cumprimento de metas do CNJ e cobrar regidamente deveres, mas negando-se a reconhecer os direitos dos servidores que são os que diariamente trabalham para fazer acontecer a entrega jurisdicional à sociedade. Respeitamos a atuação das entidades classistas dos magistrados, não podemos trabalhar para retirar direitos de qualquer categoria que seja, mas é fato que as Associações dos senhores magistrados não apareceram para apoiar os servidores. Esperava-se no mínimo solidariedade de quem dizem chamar os servidores de colegas de trabalho. Nesse aspecto, parece valer a atuação de  cada um por si...Mas o Governo e o STF contra os servidores.  

O que fazer?

É preciso que os servidores sejam contaminados pela indignação e que se autorreconheçam efetivamente como trabalhadores. Que não são doutores que usam "black tie". E que é preciso, às vezes, sair do salto alto e ir para as mobilizações. Em 2015, o Sinjufego conta com a realização de uma greve com forte adesão.

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Sinjufego – Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário Federal em Goiás

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