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WhatsApp Image 2017 01 16 at 13.05.15Por João Batista Moraes Vieira

Em sua cruzada para aprovar a todo custo as alterações no atual regime de aposentadoria, o Governo vem lançando na mídia sua estratégia de incutir subliminarmente na cabeça do povo os benefícios para saúde de se trabalhar além dos 70 anos de idade.

Sem contar a já contratada campanha institucional veiculada na imprensa, há o ardil das matérias inseridas na grade da programação das TVs e na redação de jornais e revistas que, travestidas de reportagem jornalística, não passam de propaganda para defender a Reforma da Previdência. O exemplo mais trágico disso foi a matéria de capa deste mês de janeiro da revista Exame que compara o septuagenário e bilionário astro do rock internacional Mick Jagger com a classe trabalhadora brasileira que reconhecidamente realiza, sob condições precárias, extenuante carga de trabalho para receber um salário bem abaixo dos padrões europeus, situada a anos-luz do glamour e da vida boa do célebre roqueiro. 

Outro exemplo do ataque subliminar do Governo, quase não tão sutil, é a série de reportagem sobre o envelhecimento veiculada no programa Fantástico da Rede Globo. Ontem, 15/01/2017, a emissora, sem nenhum pudor, mostrou cenas nas quais apareciam radiantes idosos europeus brancos dizendo que não querem deixar de trabalhar, apesar de estarem na faixa dos 80 anos. O programa dominical da Globo fez ainda mais: iniciou a reportagem dizendo que um entre cada cinco pessoas viverá além dos cem anos de idade. Para esse dado estatístico, a reportagem não citou em quais países viverão tais centenários e se os mesmos serão trabalhadores.

Na questão da Reforma da Previdência, o papel entreguista da grande imprensa foge ao razoável para se aliar descaradamente ao Governo para ter acesso às verbas da propaganda institucional. Em tempos de vacas magras, a ética vai às favas. Representantes dessa mídia de massa, a Editora Abril e a Rede Globo, historicamente a serviço de outros interesses que não os da classe trabalhadora brasileira, não querem perder o filão dos recursos do seu maior patrocinador.

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João Batista é diretor do Sinjufego 

 

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