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‘Da Veja de 15/07/2009 - Ele deu a volta por cima’ 

Depois de amargar uma imensa rejeição provocada por medidas de austeridade, o governador do Distrito Federal diz que é possível ser popular sem ceder às tentações do populismo..

(…) Numa cidade acostumada a conviver com exibições grotescas de todo tipo de privilégio e desperdício de dinheiro público, o governador chegou pela contramão. Demitiu funcionários, pôs as contas em ordem, tirou camelôs e vans irregulares das ruas, enfrentou grevistas e freou um processo histórico de invasão de terras públicas. O resultado imediato e previsível: sua popularidade foi ao chão. Três anos depois, porém, Brasília dá mostras de que popularidade e populismo podem andar separados.

(…) E qual é o seu limite?

É o limite ético. É não dar mesada, não permitir corrupção endêmica, institucionalizada. Sei que existe corrupção no meu governo, mas sempre que eu descubro há punição. Não dá para entregar um setor de atividade do governo para que um grupo político cuide dele por interesses empresariais escusos. Se peço a um parlamentar eleito para me ajudar a administrar sua base eleitoral, isso é política. Mas, se entrego a esse parlamentar a empresa de energia elétrica, isso não é aceitável.

No dia 9 de abril de 2008, Veja deu matéria de capa com o que ela considerava os melhores gestores entre governadores estaduais.

Coincidiu com sua investida tentando vender assinaturas da revista e material didático para as secretarias da Educação.

Fora José Serra, todos os demais montaram programas de qualidade e gestão em seus estados. Mas já naquela época, quem convive com o mundo da qualidade sabia que os programas de Aécio, Hartung e Campos eram para valer; que o de Cabral era uma intenção; e que o de Arruda era um blefe.

O governador de Brasília tomava medidas de efeito – como colocar todos os secretários em uma sala aberta, como em bancos -, mas não demonstrava compromisso maior com gestão. 

Mesmo assim entrou na lista.

A matéria é  bem feita, fato raro na revista, entrevista alguns personagens importantes, como Cláudio Porto, da Macrométrica. Mas quem fez a seleção contemplada na capa? O blefe Arruda já era suficiententemente conhecido dos meios especializados em gestão. 

As barganhas jornalísticas de Arruda não tinham limites. No jogo da seleção, em Brasília, montou uma parafernália de autopromoção que sofreu críticas acerbas da CBN e do Juca Kfoury. A reação do governador foi agressiva, trocando desaforos. 

No caso da Página Amarela de Veja, a publicação saiu no mesmo dia de uma nota no Diário Oficial do GDF sacralizando a compra de R$ 500 mil em assinaturas da revista.

Não sei se a Abril chegou a fechar contratos com todos os governadores mencionados – com Serra e Arruda, sim, com Cabral, provavelmente. Mas a promoção de Arruda é um exemplo claro de que, ao lado dos assassinatos da reputação, existe o expediente da criação de reputação. Do blog de Luis Nassif

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