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De Gerson Camarotti, Adriana Vasconcelos e Maria Lima, de O Globo:

O governador tucano de Minas, Aécio Neves, foi convidado pelo governador José Serra e recusou ser vice na chapa presidencial encabeçada pelo colega paulista.

O encontro dos dois, mantido em sigilo, ocorreu na madrugada de terça para quarta-feira, num hotel de Brasília, e suas consequências foram sentidas na sessão solene desta quarta, no Congresso, em homenagem ao centenário de nascimento do ex-presidente Tancredo Neves .

O PSDB pretendia transformar a sessão desta quarta num evento político para afastar qualquer dúvida sobre a candidatura presidencial de Serra, mas acabou surtindo um efeito contrário ao expor o racha enfrentado pelo partido nos bastidores.

A conversa na madrugada, porém, foi boa, segundo assessores de Aécio e Serra. O paulista fez a sondagem para o mineiro integrar a chapa de forma bem cuidadosa, deixando espaço para a negativa, o que ocorreu. Combinaram então as formas de apoio, como atuarão juntos. Aécio comentou com assessores que achou Serra muito bem, animado e decidido.

Foi a primeira vez que Serra tocou no assunto vice com Aécio. Assessores do paulista disseram acreditar que ainda ficou aberta a porta para conversa sobre a vice-presidência mais adiante, em maio ou junho.

Já no evento desta quarta, que ocorreu no plenário do Senado, Serra e Aécio Neves ficaram distantes. Ao final do dia, os tucanos classificavam o evento como um espécie de "anticlímax" no caminho de consolidar o nome de Serra para a sucessão do presidente Lula, só aumentando as dúvidas e incertezas no partido. Os dirigentes e líderes evitaram entrevistas sobre o assunto.

O mal-estar no PSDB pode ser resumido na frase de um importante senador tucano, no fim do dia:

- Vamos deixar Serra sofrer mais um pouco para ver se ele desiste logo, e Aécio assuma isso.

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