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Concentrados na tenda do servidor, próximo ao Bloco C, os servidores fizeram uma caminhada em direção ao Bloco K, onde fica a sede do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. A manifestação de hoje, portanto, foi para lançar oficialmente a campanha e marcar uma série de iniciativas que vêm sendo feitas pelas entidades sindicais, que inclusive já protocolaram a pauta de reivindicações dos SPFs e pedido de audiências na Casa Civil e no MPOG. Os eixos da Campanha deste ano são: definição da data-base em 1º de maio; política salarial permanente com reposição inflacionária, valorização do salário base e incorporação das gratificações; cumprimento, por parte do governo, dos acordos e protocolos firmados; contra qualquer reforma que retire direitos dos trabalhadores; retirada dos PLPs, MPs, decretos contrários aos interesses dos servidores públicos; paridade e integralidade entre ativos, aposentados e pensionistas; e reajuste dos benefícios.

O coordenador geral da Fenajufe Saulo Arcangeli, que dirigiu o ato unificado em frente ao Bloco K, ressaltou que é fundamental que todos os sindicatos, de todas as categorias, façam também atividades em seus estados, uma vez que o ato de hoje foi apenas a primeira atividade da Campanha Salarial. “A nossa pauta já foi entregue e agora queremos que o governo nos receba e abra um canal de interlocução em torno das nossas reivindicações. Precisamos estar mobilizados para impedir que o governo Dilma promova os ataques que estão em sua agenda. O PL 1992/2007, que cria a previdência complementar do servidor público, é uma das prioridades, assim como outros que retiram direitos históricos. Estamos aqui para tentar barrar essa política”, afirmou Saulo.

Jacqueline Albuquerque, em nome da Federação, avaliou que o governo da presidenta Dilma Rousseff tem mantido a política de priorizar o superávit primário e de implementar ajustes fiscais. “A Fenajufe está junto nessa campanha, que tem se tornado cada vez mais difícil para o conjunto da classe trabalhadora e em especial para o servidor público. Agora o governo quer votar mais uma reforma da previdência e foi graças a nossa pressão que o PL 1992 ainda não foi aprovado no Congresso Nacional. É importante que fique claro que esse projeto não apenas cria os fundos de pensão, mas fundamentalmente privatiza a previdência. Por isso, o foco deve ser o enfrentamento dessa política e impedir que esse projeto seja aprovado no Congresso”, pontuou Jacqueline.

Greve unificada

O dirigente da CUT Nacional e da Condsef (Confederação Nacional dos Servidores Federais), Pedro Armengol, explicou, em conversa com vários jornalistas, que a cobrança das entidades nacionais, com o lançamento da Campanha Salarial hoje, é a abertura do diálogo com o governo, que, segundo ele, “tá fechado e não diz nada sobre a pauta do funcionalismo”.

De acordo com Armengol, se até o final de março, quando ocorrerá uma marcha nacional em Brasília, o governo Dilma não tiver aberto as negociações com o fórum das entidades nacionais, a tendência da maioria das categorias é aprovar a greve para o início de abril. “No dia 28 de março (marcha nacional) vamos dar o nosso recado limite. O governo fala que não tem margem para negociar, mas estabelece 47% do seu orçamento para pagar a dívida. Podendo usar até 50% da Receita Corrente Líquida para o funcionalismo, usa apenas 30%. Se até o dia da nossa marcha, ele não tiver acenado nada, a tendência real da maioria das entidades é deflagrar a greve”, informou o dirigente sindical, em relação a uma possível greve unificada do funcionalismo público federal.

O ato de lançamento da Campanha Salarial de 2012 também contou com a presença do deputado Roberto Policarpo (PT-DF), que fez uma saudação aos servidores presentes, afirmando a importância da mobilização para impedir que projetos que retiram direitos sejam aprovados no Legislativo. “A pauta do governo no momento é de não conceder reajuste ao funcionalismo. É preciso que fique claro que não há desenvolvimento sem fortalecimento do Estado e nem fortalecimento do Estado sem a valorização dos servidores públicos. Ontem tivemos a aprovação, em segundo turno na Câmara, da PEC que concede a aposentadoria integral para os aposentados por invalidez. Mas ainda temos uma forte batalha pela frente, que é a votação do PL 1992, da previdência complementar. Não queremos que a previdência seja privatizada, mas só vamos derrotar essa proposta se todos vocês estiverem aqui no dia 28 de fevereiro, quando o governo pretende pautar o projeto na Câmara”, afirmou Policarpo, se comprometendo com os servidores a votar contra o PL 1992/2007.

Reunião no MPOG e Frente Parlamentar

Ainda durante o ato, um grupo de seis entidades foi recebido pelo secretário executivo do Ministério do Planejamento, Valter Corrêa. Uma polêmica, no entanto, marcou essa reunião, uma vez que o próprio MPOG tentou romper com o que havia acordado com as entidades, querendo receber apenas três entidades, das 32 presentes no ato. Com o objetivo de manifestar o descontentamento com mais essa postura do governo, os dirigentes sindicais discutiram a possibilidade de não mais participar da reunião, caso o Planejamento mantivesse a restrição para apenas três entidades. Por o intermédio do deputado Policarpo, que acompanhou os dirigentes sindicais até o Ministério, o secretário executivo voltou atrás em sua posição e recebeu as seis entidades que estavam inicialmente escaladas para participar. Estiveram no encontro, dirigentes da CUT, CSP Conlutas, Andes-SN, Asfoc (Associação dos Servidores da Fundação Osvaldo Cruza), Fenasps e CNTSS.

Agora à tarde, a Fenajufe e as demais entidades nacionais participarão do lançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Serviço Público, no plenário 1 da Câmara. Essa iniciativa já conta com o apoio de cerca de 200 parlamentares. Em seguida, às 16h, está prevista uma reunião com o Secretário Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, para discutir a pauta de reivindicações do funcionalismo. A Fenajufe será representada pelo coordenador Saulo Arcangeli.

Fonte: Agência Fenajufe de Notícias

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