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Além de uma exposição de fotos feitas por Alexandre Santos, o evento, que começa às 19 horas, marca o lançamento de um box com dez curtas-metragens, englobando os gêneros ficção e documentário. As dez diretoras goianas celebradas são: Ana Lúcia Pereira, Cássia Queiroz, Cláudia Nunes, Mariley Carneiro, Rochane Torres, Rosa Berardo, Simone Caetano, Thaís Oliveira, Viviane Louise e Uliana Duarte.

Inicialmente, o box será distribuído a entidades culturais, imprensa e associações locais e nacionais. O conjunto da obra é representativo, pois “mostra a diversidade do olhar feminino no cinema”, diz Itamar.

O evento terá outro toque feminino: a sessão nostálgica de A Hora da Estrela, filme baseado na obra de Clarice Lispector e também uma das produções nacionais mais premiadas no cinema internacional. Carrega na bagagem mais de 20 troféus, incluindo o Urso de Prata (Festival de Berlim) de melhor atriz para Marcélia Cartaxo. A atriz paraibana e a cineasta paulista Suzana Amaral vão rever com o público goiano o longa lançado em 1985.

Censo

A diretora Cássia Queiroz, autora do documentário Ozorinho, O Poeta da Imagem, um dos filmes presentes no box, indica que Goiás conta com, aproximadamente, 40 mulheres trabalhando com cinema. “Vinte e duas delas atuam como diretoras”, aponta.

A adesão da mulher no cinema goiano ficou mais evidente a partir da década de 1990. No início dessa década, a cineasta Rosa Berardo deflagrou o movimento feminino na sétima arte com o curta ficcional André Louco, baseado na obra do escritor goiano Bernardo Élis.

Segundo Cássia, o interesse feminino pelas produções cinematográficas foi uma consequência natural da evolução do cinema no Estado, impulsionada pela criação do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica). “Surgiram oficinas, cursos profissionalizantes e, com isso, despertou-se o interesse do público”, teoriza.

Outro importante fator é o barateamento da produção. “A câmera digital é acessível e não precisa de película”, diz Cássia.

A cineasta Rosa Berardo, também presente no box com o curta ficcional Um Sol de Jacaré, relembra o tempo da película 35 mm e como foi desafiador realizar André Louco. O filme nasceu graças ao incentivo cultural que Rosa recebeu através da antiga Lei Sarney. “Tive que recorrer à produtora do Chico Botelho (cineasta paulista já falecido) para a verba de 40 mil dólares ser liberada pela Shell”, recorda-se.

Em Goiânia, Rosa reuniu diversos profissionais do cinema nacional. Entre eles, o diretor de fotografia Rodolfo Sanches, argentino radicado no Brasil, um dos queridinhos de Hector Babenco, com quem trabalhou em Pixote e O Beijo da Mulher-Aranha. “Fiquei impressionada com a estrutura gigantesca”, relembra Rosa, que na época tinha 25 anos.

Rosa, que ensina cinema na Faculdade de Artes Visuais da UFG, se diz feliz com o interesse da mulher goiana pelo cinema, embora entenda que muitas vezes os pioneiros nem sempre são reconhecidos. Mas ela não reclama. Acredita que deu sua parcela para o cinema goiano também através da escola de cinema Skopos, onde Simone Caetano, autora de Verde Maduro, outra ficção que integra o box Mulheres Que Fazem Cinema, deu os primeiros passos na sétima arte. “Ela é um dos nomes mais fortes dessa geração de Goiás”, elogia Rosa.

Clique aqui para ver o trailer do filme Teia do Cerrado, de Uliana Duarte

Fonte: Assessoria de Comunicação do Sinjufego com informações do Jornal O Popular

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