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A mesa para receber o professor foi composta pelos coordenadores do Sindicato Hélio Ferreira Diogo e Fernando Guetti; o representante da Coopjus, Igor Melo; a diretora da Justiça Militar em Juiz de Fora, Vilma da Silva Braga; o presidente do Sindijufego, João Batista Morais Vieira e o presidente do Sindiquinze, José Aristéia Pereira.

Para Airan Lima, analisar a conjuntura é necessário para entender a realidade das coisas e fazer sua interpretação com um recorte específico, de um determinado ponto de vista. Para chegar à crise de 2008, o professor fez um resgate das outras grandes crises da História, como a de 1929, que começou com a superprodução. Esse, segundo Lima, foi uma das causas da crise de 2008, dentre outras: “o Estado comprou as dívidas dos bancos na expectativa de um crescimento e de obter lucro com isso, mas não foi o que aconteceu”, acrescentou.

Uma vez em crise, o Estado tenta se safar impondo à população falências, desemprego e guerras – para poder explorar a reconstrução dos países derrotados. Ainda, compra dívidas e reduz impostos para o setor privado, destrói o meio ambiente para garantir matérias-primas para as indústrias e aumenta a exploração dos trabalhadores. “O Estado age manobrando para reduzir custos, cortando em salários e direitos da população e criando normas para legitimar a repressão dos protestos [criminalização dos movimentos sociais]”, explicou.

Fazendo uma ligação com o serviço público no Brasil, o palestrante acredita que agora “os gestores do setor público precisam olhar esse período com cuidado e buscar garantir relações com os colegas de modo que eles não se voltem contra nós [gestores], porque, nesse cenário de cobranças, perda de direitos, competitividade e afins, precisamos contar com cada pessoa ao nosso lado”, alertou. Para que os servidores brasileiros possam ter uma melhor noção de sua situação, o professor também sugeriu que eles buscassem conhecer a realidade de sindicatos de trabalhadores públicos nos Estados Unidos, onde a crise teve mais força, para saberem como os servidores de lá lidaram com o momento.

Os desfechos de uma crise podem ser três, nessa ordem, segundo a palestra: desaceleração do crescimento, uma recessão ou uma depressão. As saídas, conforme o professor da UnB, seriam os fortalecimento da organização nos locais de trabalho, o fortalecimento dos laços de solidariedade com outros movimentos sociais, enquanto classe trabalhadora como um todo e o fortalecimento da atuação dos trabalhadores, por meio de suas associações de classe – concluiu Airan Lima.

Fonte: Sitraemg

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