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Os manifestantes se concentraram, por volta das 15 horas, próximo à entrada do portão que dava acesso ao STF, por onde passavam todos os carros que levavam as autoridades à solenidade de posse. Várias palavras de ordem, como “PCS já, ou Judiciário vai parar” e “Judiciário, eu quero ver, autonomia e independência acontecer”, deram o tom da manifestação.

Enquanto durou o ato, por cerca de duas horas, os convidados para posse puderam ver o protesto dos servidores. “A manifestação cumpriu o objetivo de levar o recado da categoria para dentro do STF. Também marcou a nossa crítica a essa gestão que está saindo hoje e a reivindicação para que a nova assuma o compromisso com a categoria e enfrente o governo para negociar o nosso PCS. Esperamos, portanto, que essa mudança represente, também uma mudança de postura do STF em relação à nossa revisão salarial”, disse o coordenador geral da Fenajufe aos servidores que participavam da manifestação.

A manifestação  demonstrou a insatisfação dos servidores com a inoperância da cúpula do Poder Judiciário que não se impôs junto ao Governo Federal para fechar um acordo e votar o PCS.

A posse

Ao assumir a presidência do STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Carlos Ayres Britto afirmou que os magistrados brasileiros não podem ser prepotentes e que o Judiciário, antes de impor "tem que se impor o respeito".

"Quem tem o rei na barriga um dia morre de parto, permito-me a coloquialidade do fraseado, e os juízes não estão imunizados quanto a essa providencial regra de vida em sociedade", afirmou.

Sobre a Justiça, disse: "O Poder que evita o desgoverno, o desmando e o descontrole eventual dos outros dois não pode, ele mesmo, se desgovernar, se descontrolar".

Ele também fez referência a recentes críticas, feitas até pelo seu antecessor, Cezar Peluso, sobre a tendência do Supremo de julgar de acordo com a opinião pública. Para ele, a Justiça tem que levar em conta as expectativas da sociedade, ao dizer que "juiz não é traça de processo, não é ácaro de gabinete".

"Sem fugir das provas dos autos nem se tornar refém da opinião pública, tem que levar os pertinentes dispositivos jurídicos ao cumprimento de sua mediata ou macro-função de conciliar o Direito com a vida".

Ayres Britto terá um mandato curto à frente do STF. Ele se aposentará em novembro deste ano, quando completará 70 anos. Durante o período, no entanto, existe a expectativa de que julgamentos importantes aconteçam, como o processo do mensalão, por exemplo.

O discurso em que inaugurou sua presidência foi repleto de citações poéticas e místicas. Ao lembrar-se dos pais, por exemplo, afirmou que eles são seus "ícones desta minha vida terrena e de outras que ainda terei, porquanto aprendi com eles dois que o nada não pode ser o derradeiro anfitrião do tudo".

Ele também afirmou que a consciência do juiz, que segundo ele, é fruto do "casamento entre o pensamento e o sentimento (...) corresponde àquele ponto de equilíbrio que a literatura mística chama de 'terceiro olho'. O único olho que não é visto, mas justamente o que pode ver tudo".

Fonte: Carolina Skorupski, Assessoria de Comunicação do Sinjufego com informações da Agência Fenajufe de Notícias e Folha de S. Paulo

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