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Prezados Colegas,

Ocupo essas linhas para dizer que se não houver forte retomada da mobilização por nossa categoria não teremos reajuste salarial nos próximos 2 anos ou se depender do empenho do governo em aprovar o PL 549/2009 não teremos reajuste nos próximos 10 anos.

Se hoje está tão difícil com 6 anos de congelamento, como estaremos daqui a 2 anos, daqui a 10 anos?

Só uma greve ampla, geral e irrestrita nos salvará! Com adesão de todos, de forma massiva.

Ontem (17/07/12) foi aprovada a LDO sem sinalização clara de inclusão do orçamento na LOA. Dia 15/08/2012 serão consolidadas as propostas orçamentárias pela SOF para que sejam incluídas na peça orçamentária do PLOA até 31/08/2012. Precisamos pressionar para que as propostas orçamentárias do Judiciário sejam contempladas no orçamento da União para 2013.

Temos um Legislativo curvado ao Poder Executivo e uma cúpula do Judiciário que continua a agir sob o princípio da inércia que não bate na mesa para exigir sua plena autonomia financeira.

Outrora havia outros presidentes de Tribunais que atravessavam a rua e iam falar tetê-à-tête com o presidente da República. Iam cobrar respeito com a separação dos Poderes.

Nosso patrão, o Judiciário, é muito severo e cobrador, isso sim, mas com seus próprios empregados: determina corte de ponto e permanência de 80% de força de trabalho na greve da Justiça Eleitoral. É difícil para nós sermos julgados por quem nos emprega. Em vez de bater em seus funcionários, o que parece ser mais fácil, por que a cúpula do Judiciário não mede forças com a Presidente da República?

Nem no campo jurídico o Supremo faz valer suas funções, até hoje estão engavetados os mandados de injunção que visam regulamentar a revisão anual e os mandados de segurança que garantem o orçamento do Judiciário Federal. Não queremos crer que possa haver pressão política sobre o Supremo para não julgar essas ações.

Mas tudo isso não é novidade para quem sabe que patrão é patrão e trabalhador é trabalhador. Estamos do outro lado do balcão nos opondo com os muitos inimigos dos servidores do Poder Judiciário Federal. São vários os inimigos que vão desde a imprensa ao cidadão desinformado que acham que todos somos marajás, que merecemos ganhar o que recebe o beneficiário do bolsa-família.

Só que tem um detalhe...Nós temos também nossa parcela de culpa em tudo isso. Somos nós mesmos, talvez, os nossos maiores inimigos. Nós que renunciamos soberbamente ao direito de lutar, nós que delegamos aos outros o nosso direito único e exclusivo de lutar, nós que somos mediocramente mesquinhos e, sobretudo, oportunistas em não colaborar com o fortalecimento dos sindicatos, como se o fim dos sindicatos fosse o melhor caminho. Qualquer governo adora sindicatos fracos, com baixa representatividade em sua filiação.

 

Ora, os Poderes fazem o jogo deles, precisamos fazer o nosso, e fazer bem feito. Coisa que os professores das Universidades Federais vêm fazendo: com greve expressiva de 60 dias já fizeram muito mais do que nós fizemos ao longo de 6 anos. E olha que eles chegaram depois da gente. Isso mesmo: com quase 95% de paralisação não há governo que suporte, o que fez com que o PCS dos professores das federais esteja bem encaminhado para sua aprovação.

É chegada a hora de fazermos a mãe de todas as greves. Mas vamos sem receio e sem medo, a presa não pode pressentir o temor de quem vai à caça.

Servidores do TRT, JF e TRE, se o PCS é de todos, a luta tem que ser de todos!

Juntem-se aos seus sindicatos e vamos à luta, desistir jamais!

Greve ampla, geral e irrestrita!

Agosto, mês da greve do Judiciário Federal.

João Batista

Presidente do Sinjufego

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