moldura geral foto historica 03

Ao manter a greve na reunião da Fenajufe, trabalhadores do Judiciário e do MPU ressaltam que ela não está condicionada a prazos do Orçamento

Ao contrário da contestada declaração sobre a onda de greves dada por um dirigente da confederação dos servidores do Executivo, ligada à CUT, a paralisação no Judiciário Federal e no Ministério Público da União ainda não tem dia nem hora para acabar.

É o que sustentam os servidores que participaram da reunião ampliada da categoria, na quinta-feira (16), em Brasília, realizada pela federação nacional (Fenajufe) no dia seguinte à Marcha que levou perto de dez mil servidores à Esplanada dos Ministérios.

Os trabalhadores demonstraram preocupação com o calendário com dois enfoques distintos, mas de certo modo complementares. Por um lado, avaliaram, é urgente ampliar a greve, que terá mais adesões a partir da segunda-feira (20), para pressionar o governo e o Supremo Tribunal Federal a incluir recursos no Orçamento que contemplem a revisão do Plano de Cargos e Salários.

Por outro, o movimento não pode se pautar pela associação que o Planalto tenta fazer das lutas reivindicatórias com o prazo para que o Executivo envie ao Congresso o projeto de lei orçamentária da União de 2013, dia 31 de agosto.

‘Sem lei, orçamento é inócuo’

A preocupação foi enfatizada por Pedro Aparecido. “A greve não pode ter data limite”, observou. E foi além: disse que seria temerário pôr um “ponto final nessa luta” mesmo que o PCS seja incluído no orçamento enviado pelo Executivo ao Congresso.

“Já fomos enrolados com um [suposto] acordo em 2010”, recordou. Dirigente da federação e do sindicato de Mato Grosso (Sindijufe), ele mencionou o que aconteceu com os juízes, que tiveram 5% de reajuste nos subsídios incluídos na previsão orçamentária sancionada pela presidenta Dilma, mas acabaram com “zero”.

Sem acordo para votar o projeto de lei que prevê a reposição salarial para os magistrados, a reserva orçamentária é inócua.

O tema também recebeu atenção de Cleber Aguiar, do TRF em São Paulo e diretor do Sintrajud. “Independente de estar no Orçamento ou não, tem que continuar com a greve até aprovar o PCS”, defendeu.

Ele criticou a declaração de Josemilton, da confederação dos servidores da administração direta (Condsef), publicada no “O Estado de São Paulo” na quinta-feira (16). Nela, o sindicalista da CUT diz que não há como prosseguir com as greves após 31 de agosto porque depois disso é impossível incluir reajustes no orçamento – sabe-se, no entanto, que a proposta pode sofrer alterações no Congresso mesmo depois dessa data e que a dinâmica legislativa é pautada mais por fatores políticos do que legais.

Ao final da reunião ampliada, da qual participaram 77 trabalhadores eleitos em assembleias em quase todos os estados do país, votou-se pela continuidade e ampliação da greve, sem condicioná-la ao calendário legislativo e orçamentário.

Nova reunião nacional, com eleição de delegados nos estados, foi marcada para 31 de agosto.
Fonte: Sindijufe-MT
Sinjufego - Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário Federal em Goiás

 

endereco 00