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Inquérito traz relatos de gravações feitas com escuta por ex-secretário. 'Você já pegou sua parte?', pergunta Arruda a secretário exonerado.

De Fausto Carneiro e Nathalia Passarinho, do G1:

O inquérito do Superior Tribunal de Justiça (STJ) relata transcrições de gravações feitas com autorização judicial, entre elas um do ex-secretário de Relações Institucionais do Governo do Distrito Federal, Durval Barbosa, e o governador José Roberto Arruda (DEM), sobre a suposta divisão de dinheiro entre membros do primeiro escalão do governo.

As gravações fazem parte de investigações da Polícia Federal, que realizou nesta sexta-feira (26) operação de busca e apreensão na residência oficial do governador, em gabinetes de deputados da Câmara Legislativa do DF e em empresas.

Na transcrição do diálogo presente no inquérito do STJ obtido pelo G1, Durval Barbosa, que delatou o suposto esquema em troca dos benefícios da delação premiada, e o governador discutem a divisão de valores entre membros do governo e citam empresas que supostamente seriam responsáveis pelo repasse do dinheiro. O diálogo, segundo o documento, aconteceu há pouco mais de um mês, em 21 de outubro 2009.

Futuro de Arruda está pendurado numa fita de vídeo

Foto: Agência Brasil

 

O destino político do governador José Roberto Arruda (DEM), do Distrito Federal, está pendurado na fita de vídeo onde ele e Durval Barbosa Rodrigues, seu ex-secretário de Relações Institucionais, conversam sobre a partilha de R$ 400 mil destinados ao pagamento de deputados distritais da base de apoio do governo.

Há pelo menos oito pessoas em Brasília, além dos procuradores da República que investigaram o caso e do ministro Fernando Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça, que dizem ter assistido o vídeo. Segundo elas, se o vídeo se tornar público só restará a Arruda renunciar ao cargo.

Durval era da turma do ex-governador Joaquim Roriz. Participou do governo dele no início de 2003. Responde a 29 processos na Justiça. Bandeou-se para o lado de Arruda e o ajudou a se eleger governador. No ano passado, sua casa foi invadida pela polícia atrás de documentos que o comprometessem.

Nem por isso Durval foi demitido por Arruda. Ele começou a gravar conversas com o governador há mais de um ano. Com medo de ser preso devido à quantidade de processos que responde, negociou com a Polícia Federal a delação premiada.

Foi então que Durval entregou à polícia o lote de fitas de áudio que gravara por conta própria. As fitas não têm valor porque foram gravadas sem autorização da Justiça. Durval se ofereceu para fazer novas gravações. Usou na roupa artefatos eletrônicos apropriados e fornecidos pela polícia.

Com base no segundo lote de gravações foi que o ministro Fernando Gonçalves autorizou a Polícia Federal a vasculhar casas e gabinetes de 16 pessoas - empresários que forneceram o dinheiro, deputados distritais, secretários de Estado e o próprio governador.

O que a polícia chamou de Operação Pandora não era para ter acontecido hoje. Os Procuradores da República encarregados das investigações precisavam de mais tempo. Ocorre que Arruda soube do que estava em curso. E há 10 dias procurou o ministro Gonçalvez para conversar sobre o assunto.

 

Arruda demite secretário que denunciou corrupção

Durval Barbosa colaborou com a PF em troca de delação premiada. GDF exonerou outros 4 membros do governo investigados pela PF.

Do G1:

A assessoria do Governo do Distrito Federal anunciou nesta sexta-feira (27) a exoneração do secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que denunciou um suposto esquema de repasse de dinheiro a aliados do GDF em troca dos benefícios da delação premiada.

Além de Barsosa, foram exonerados o chefe da Casa Civil, José Geraldo Maciel, o secretário de Educação, José Luiz Valente, o chefe de gabinete de Arruda, Fábio Simão, e o assessor de imprensa do governador, Omézio Pontes. Todos são investigados pela Polícia Federal.

Nesta sexta, a PF, por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ), realizou um mandado de busca e apreensão na residência oficial do governador do DF, José Roberto Arruda (DEM), e em gabinetes de deputados da Câmara Legislativa.

A Polícia Federal usou 150 agentes na Operação Caixa de Pandora e apreendeu R$ 700 mil em dinheiro durante as buscas realizadas nesta sexta-feira (27) em Brasília, Goiânia e Belo Horizonte. A PF também fez buscas em casas e gabinetes de secretários do governo, de deputados distritais e em empresas.

A PF não informou se o dinheiro foi apreendido em apenas um dos locais de buscas. No total, os mandados de busca e apreensão eram para 21 pontos no Distrito Federal, dois em Belo Horizonte e um em Goiânia.

 

           

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