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Diário da Manhã - Política e Justiça - Dia 07/01/2010

 

Prefeito Iris Rezende durante explanação para os auxiliares no Paço Municipal. "Quatro anos em tempo integral, sem descanso, sem férias"

O prefeito Iris Rezende (PMDB) quer ação contundente da prefeitura em 2010. Em reunião no Paço Municipal na manhã de ontem, com secretários, diretores e superintendentes do primeiro, segundo e terceiro escalões, o peemedebista cobrou mais vigor e intensidade na realização do trabalho do partido e sinalizou para progressos na área da educação. "Vamos lutar para que possamos, em quatro anos, deixar 40 anos de trabalho", justificou.

Iris discutiu os projetos para este ano e, mais uma vez, adiou a decisão do partido sobre o candidato a governador do Estado. O prefeito enfatizou a necessidade de realizar projetos como se fossem os últimos momentos de sua administração. "Caso contrário, o mandato passa e os problemas ficam", afirmou. "O nosso primeiro apelo é para que continue com maior intensidade o exercício daquela máxima que adotamos: quatro anos de tempo integral, sem descanso, sem férias, sem final de semana". Cerca de 200 pessoas, além da imprensa, participaram da reunião que começou às 8h30, e teve uma hora de duração. Logo depois, o prefeito e alguns secretários falaram com a imprensa. Há chance de que essa tenha sido a última reunião para que as pessoas que irão concorrer às eleições possam se desincompatibilizar da prefeitura.

Iris deixou claro que a educação está em primeiro lugar nos seus planos, e que o objetivo é que Goiânia se projete em breve como referência nacional na área do ensino. Ele declarou que "a justiça social começa com a qualidade do ensino que se oferece ao filho do trabalhador". Em seguida, atentou para um maior  atendimento diário nas unidades de saúde e na questão preventiva. O prefeito pediu ainda mais atenção na área da assistência social. "Nós não temos crianças nas ruas. Mais de 7.500 crianças estão envolvidas com programas sociais da prefeitura. Vamos lutar para que Goiânia seja destaque nacional nessas áreas imprescindíveis à pessoa humana", disse.

Cercado pelo vice-prefeito Paulo Garcia (PT), que permaneceu todo o tempo ao seu lado e não deu declarações à imprensa, do secretário de Habitação Mauro Miranda e do secretário de Finanças Dário Campos, Iris frisou que não foi discutida política na reunião. "Nós não tocamos em questões políticas eleitorais, porque nosso objetivo foi sacudir a equipe para que ela passe a produzir ainda mais. Goiânia é exigente, e com razão", lembrou.

Em relação às obras físicas, Iris afirmou que dará continuidade à Leste-Oeste, à Alameda Cascavel, à Avenida Noroeste, extensão da Avenida Goiás, Marginal Botafogo e aos bairros que surgem a cada mês em Goiânia. "Quero a prefeitura funcionando a 120 quilômetros por hora", afirmou. Mauro Miranda afirmou que a preocupação da prefeitura esse ano é estabelecer projetos importantes para a cidade e trabalhar imediatamente em cima deles. "Temos preparado algumas praças especiais em vários pontos da cidade, temos obras públicas, viadutos. O prefeito nos tranquilizou com recursos, nós temos condições de fazer muito mais", concluiu. Mauro atentou para a continuação do programa habitacional e as obras nos terminais de transporte coletivo. Reforçando o que havia dito o prefeito,  declarou que educação e saúde são pontos vitais nesse período.

Impacto

Dário Campos declarou que a prefeitura teve alguns impactos na receita prevista para 2010, como a redução no Índice de Desenvolvimento dos Municípios (IMP). Segundo Dário, o governo federal continua desonerando o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), e ampliou essa desoneração para determinadas atividades. Consequentemente, o orçamento previsto para 2010 deverá ser contingenciado. Dário declarou que o índice de inadimplência esperado para 2009 não foi alcançado. "Em 2010 nós estamos lançando em torno de 260 milhões em IPTU e ITU", disse. O secretário explicou que a receita sofreu um decréscimo de R$ 40 milhões, em função da queda do FPM. Questionado sobre o impacto que essa perda trará na realização de obras pela prefeitura, ele afirmou apenas que as obras que serão feitas com transferências voluntárias, convênios com a União, têm recursos garantidos para reforma e ampliação, como o Parque Mutirama e o projeto Macambira - Anicuns.

"Auxiliares terão de deixar cargos até março"

O prefeito Iris Rezende tentou dar um tom administrativo na reunião ontem com auxiliares no Paço Municipal. Porém, não escapou de falar de política. Indagado sobre os possíveis auxiliares que devem deixar o cargo até março para disputar cargo público em outubro, o peemedebista afirmou que, até o momento, não sabe de ninguém da sigla que queira se candidatar oficialmente. Mas lembrou que, "rindo ou chorando", os pretensos candidatos terão de se desincompatibilizar da prefeitura até março.

Até o momento, os mais cotados para tentar vaga na Assembleia Legislativa ou Câmara Federal são Euler Morais (Turismo-PSC), Neyde Aparecida (Sedem-PT), Wolney Wagner Siqueira Júnior (Comurg-PMDB), Lívio Luciano (Comunicação-PMDB), Iram Saraiva Júnior (Comdata-PMDB) e Josué Gouveia (Procon-PTC).

Mas ao menos por enquanto o prefeito tem sido mais "brando" com os auxiliares. Em 2008 ele praticamente obrigou o deputado Thiago Peixoto (PMDB) a deixar o cargo (secretário de governo) porque o parlamentar havia afirmado que disputaria candidatura a deputado federal este ano.

Na época, Iris disse que queria auxiliares concentrados na administração, sem foco político. Porém, permaneceram Neyde, Euler, Iram Júnior, Lívio e Wolney Júnior, além do ex-secretário de Administração e Recursos Humanos, Jorge Pinheiro (PRB). Pinheiro, porém, deixou o cargo no meio do ano passado, por vontade própria,  já para se dedicar à candidatura a deputado federal.

Tangente

Questionado se irá deixar a prefeitura para disputar eleições, Iris saiu pela tangente: "Nós temos 90 dias para a passagem de água sob a ponte", disse. O peemedebista deu continuidade ao discurso mencionando novamente que tem ainda muitos compromissos com Goiânia, e que está nas mãos do povo. "Eu tenho que ouvir Goiânia, ouvir o partido, para saber se devo mudar minha trajetória", reforçou. Iris aproveitou a ocasião para rememorar sua história com Goiás, alegando que nenhum político deve tanto ao povo quanto ele, que foi "pego pequenino", eleito vereador e depois governador, chegando à Assembleia.

Em razão de comentários a respeito da decisão do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles (PMDB), que têm cotado o peemedebista mais como vice de Dilma Rousseff do que a candidato ao governo de Goiás, Iris explicou que Meirelles está debruçado sobre essa questão e não demorará muito para que ele tome sua decisão ou desapareça com essas expectativas de incerteza.

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