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O Popular - Política - Dia 17/04/2010

SUCESSÃO

Agência Estado

Cobrança pública do deputado pelo lançamento de seu nome para a presidência reforçam ala do PSB favorável à aliança com Dilma. Pressão de Ciro teve efeito contrário na cúpula da legendaBrasília – A pré-candidatura do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) à presidência da República se avizinha da fase terminal. A cobrança de Ciro para que o PSB entre de cabeça na corrida presidencial, o que já era visto com reservas pela cúpula do partido, ficou mais difícil de ser atendida depois de o deputado pressionar publicamente a legenda, em artigo publicado em seu site, para ter uma definição sobre sua pré-candidatura à sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“A nota do Ciro tem aspectos positivos. Mas acho que ele foi injusto quando fez ressalvas em relação à condução do processo pela direção partidária”, afirmou ontem o vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral. “Time que tem craque tem de saber que craque não gosta de concentração. Ninguém vai conseguir controlar o Ciro. Ele é um radical livre”, minimizou presidente do PSB de São Paulo, deputado Márcio França. 

Decisão

A Executiva Nacional do PSB se reúne no dia 27 para bater o martelo sobre a candidatura de Ciro à Presidência da República e, consequentemente, tentar resolver o problema das alianças estaduais. “Entendemos a angústia do Ciro e a angústia dos Estados, que também reclamam por uma postura mais clara do partido”, disse Amaral. 

Ele argumentou que atualmente a candidatura de Ciro Gomes não tem uma base sólida: está sem recursos e sem alianças partidárias. “Não basta uma decisão burocrática de lançar uma candidatura. É preciso que essa candidatura tenha condições de disputa. Tem de ser uma candidatura para disputar e não apenas para complementar ou para ajudar uma outra candidatura”, argumentou o vice-presidente do PSB.

Tom

Integrantes da direção do partido não gostaram do “tom agressivo” do artigo de Ciro Gomes, publicado em seu site na quinta-feira. A avaliação é de que, no partido, o “ambiente piorou” para Ciro. O deputado pressionou o partido a tomar uma decisão sobre sua candidatura e, em desabafo, subiu o tom das críticas em relação ao próprio PSB.

No artigo, intitulado A história acabou?, Ciro chegou a perguntar se o PSB é “um ajuntamento como tantos outros, ou a expressão de um pensar audacioso e idealista sobre o Brasil?”. A aliados, Ciro Gomes confidenciou que decidiu fazer o artigo como uma forma de lutar por sua candidatura à Presidência.

O deputado argumentou com esses interlocutores que o PSB pode até desistir de lançar seu nome, mas quer deixar claro que a decisão não é dele. Na nota, Ciro garantiu que não desistirá da candidatura e fez um desabafo sobre sua situação política. 

“A pouco mais de 60 dias do prazo final para as convenções partidárias que formalizam as candidaturas às eleições gerais de 2010, não consigo entender o que quer de mim o meu partido o Partido Socialista Brasileiro”, escreveu o deputado.

O PSB está dividido: parte é favorável ao lançamento de Ciro à sucessão de Lula, mas a maioria da cúpula da legenda é contrária e quer fechar aliança com a candidatura de Dilma Rousseff (PT). A direção do partido se reune em maio para ratificar a decisão do dia 27. (Agência Estado

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