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Hoje Notícias - Política - Dia 01/05/2010

Olier Alves deixa governo

Mirelle Irene e Charles Daniel

Após ocupar por cinco anos a função de chefe de gabinete da Governadoria – que começou a desempenhar no governo Marconi Perillo (PSDB), em 2005 –, o presidente do PSDB metropolitano, Olier Alves, entregou carta de demissão ontem, ao meio-dia, para o governador Alcides Rodrigues (PP).

“Foi um processo que foi amadurecendo em função de eu ser presidente do PSDB. Nesta posição, sou muito cobrado pela imprensa e pelos companheiros”, justificou, dizendo ter se sentido constrangido na função por causa também do acirramento dos ânimos entre o PP e o PSDB. “Por causa desta situação difícil da base, do PP e do PSDB. Eu tenho um candidato e Alcides tem outro. Isto estava me deixando constrangido, e a ele também”, explicou.

Para Olier, a saída dele do gabinete da Governadoria, por causa da sua posição dentro do PSDB, pode ajudar a diminuir as tensões entre os partidos. Mas o tucano fez questão de assinalar também que não houve pressão ou qualquer participação do diretório regional em sua decisão de sair do governo, e que não fará nenhuma recomendação a outros tucanos para fazer o mesmo. “Isso é uma questão de foro íntimo, se alguém mais sair o fará por decisão pessoal.”

O tucano acredita que o PSDB tem compromisso com o governo que ajudou a eleger. “Não estamos aqui porque caímos de para-quedas”, disse. “Nós trabalhamos muito para eleger Alcides. É legítima a nossa presença no governo”, ainda afirmou.

Olier ressaltou que, independentemente da situação política, ele tem uma relação muito respeitosa com Alcides. “Por isto foi difícil (deixar o cargo). Mas não pude mais”, admitiu.

Segundo Olier, muitos tucanos ainda trabalham em prol da unidade da base. “Tinha esperança de ainda reunir a base, tem muita gente ainda fazendo essa torcida”, citou, informando que neste grupo há deputados, prefeitos e lideranças. “Mas eu já perdi as esperanças”, disse. “Infelizmente, isto (o problema) é uma questão de cúpula e a gente não tem força para barrar”, lamentou.

Comentando a saída de Olier Alves do governo, o presidente do PSDB, Leonardo Vilela, disse que nenhuma reunião foi feita pelo diretório, recentemente, para deliberar sobre a presença dos tucanos no governo. “Não houve orientação, foi uma decisão de foro íntimo de Olier. Não huve pressão”, disse.

O Popular - Política - Dia 01/05/2010

Olier não resiste à crise entre PP e PSDB e decide deixar governo

Presidente do PSDB de Goiânia, que ocupava chefia de gabinete do governador desde 2005, pede exoneração afirmando que clima está “pesado, desconfortável e constrangedor”

Fabiana Pulcineli

Olier: “Lutei enquanto pude pela união da base. Mas posições dos chefes inviabilizaram”Diante do acirramento da briga entre PSDB e governo e da pressão de correligionários, Olier Alves pediu exoneração ontem da Chefia de Gabinete do governador Alcides Rodrigues (PP), cargo que ocupava desde 2005. Presidente do PSDB metropolitano, Olier disse que o clima estava “pesado, desconfortável e constrangedor” e que sua saída “alivia várias tensões”.

Um dos principais coordenadores da campanha de Alcides em 2006, o tucano afirmou ter se dado conta de que o rompimento entre PSDB e PP não tem volta. “Eu lutei enquanto pude pela união da base. Até depois do lançamento da candidatura de Vanderlan (Cardoso, PR, em 29 de abril), houve manifestações de deputados federais e prefeitos pelo não rompimento. Havia torcida dos dois lados. Mas, de 15 dias para cá, as posições dos chefes maiores (Alcides e o senador Marconi Perillo, pré-candidato ao governo pelo PSDB) inviabilizam qualquer tentativa”, afirmou.

Olier, que já vinha atuando na coordenação da agenda de pré-campanha de Marconi em Goiânia, admitiu que os tucanos haviam decidido esperar que Alcides os demitisse. “Antes estávamos aguardando ser exonerados, essa é a verdade. Só que o tempo passou demais, as coisas avançaram. Resolvi tomar a decisão sozinho porque meu nome aparece mais do que dos outros, já que sou presidente do partido. Agora, acho que este governo é nosso também. O PSDB fez um trabalho importante (na reeleição de Alcides). Não vou recomendar que ninguém faça o mesmo que fiz. Acho que é decisão de foro íntimo.”

O tucano já havia elaborado carta de demissão na quarta-feira, depois que o governador decidiu elevar o tom em resposta aos ataques de Marconi. O POPULAR apurou que, antes de conversar com Alcides, no início da tarde de ontem, Olier esteve com o secretário de Articulação Política, o também tucano Fernando Cunha. Fernando o aconselhou a ficar até as convenções, em 30 de junho, mas Olier disse que “não estava aguentando mais”.

O PSDB, que chegou a ter 18 vagas do primeiro escalão do governo até 2008, ocupa agora apenas sete cargos. Restam, além de Fernando Cunha, José Américo (Agetop), José Taveira (Agência de Fomento), Marcos Abrão Roriz (Goiás Industrial), Orion Andrade (Diretoria Administrativa da Celg), Bráulio Morais (Detran) e Coronel Sebastião Vaz (Gabinete Militar). No grupo, José Américo e Marcos Abrão (indicado pela senadora Lúcia Vânia) são considerados aliados do governo.

Ao comentar a saída do auxiliar, o governador elogiou o tucano: “É uma pessoa extremamente correta, séria e que nos ajudou muito. Agradeci muito a ele e lhe desejei sucesso. Não ficou nenhum ressentimento de ambas as partes. Pelo contrário. Da minha parte só tenho a agradecer.” Segundo Olier, Alcides disse na conversa que lamentava que a situação entre as duas siglas tivesse chegado a tal nível e que a culpa não era dele.

Polarização

Ao deixar o cargo, Olier disse que intensificará o trabalho de coordenação da campanha de Marconi na capital e afirmou não acreditar em espaço para um terceiro nome em meio à polarização entre PSDB e PMDB no Estado. “Acho que Vanderlan vai ser o Demóstenes (Torres, DEM, que foi candidato ao governo em 2006) de 2010. E Demóstenes ainda era bem mais conhecido, era senador”, afirmou.

O ex-chefe de Gabinete considera que o candidato do governo não terá tempo de crescer porque as pré-candidaturas de Marconi e do ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende (PMDB) estão mais avançadas. “Temos tradição em Goiás de polarização. O Demóstenes, um nome respeitado e já forte, teve menos votos que o próprio (Ronaldo) Caiado (presidente estadual do DEM) para federal. Conheço pouco o Vanderlan. Mas acho que nem é culpa dele. Qualquer nome não teria espaço. O processo está muito adiantado entre Iris e Marconi.”

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