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População está cada vez mais alta e mais pesada, mostra levantamento l Governo federal diz que mudança não significa melhora na alimentação

agência brasil

Coordenadora-geral de doenças e agravos não transmissíveis do Ministério da Saúde, Deborah Malta, durante divulgação do estudoO brasileiro está mais alto e mais pesado, mostra pesquisa divulgada ontem pelo Ministério da Saúde. O governo afirma, no entanto, que o dado não significa que as pessoas estejam se alimentando de forma correta e saudável. A pesquisa revela uma mudança no perfil nutricional do brasileiro, que passou de um estado de desnutrição para o de sobrepeso. As informações são da Agência Brasil.

De acordo com o estudo, as mulheres ganharam 3,3 cm em 14 anos – passaram de 1,55 m, em 1989, para 1,58 m, em 2003, em média. Os homens ficaram 1,9 cm mais altos, passando, em média, de 1,68 m para 1,7 m.

O ministério afirma que o risco de obesidade é maior entre garotos com idade entre 10 e 19 anos. Nos últimos 29 anos, o grupo apresentou um aumento de 82,2% no IMC (Índice de Massa Corporal) – uma relação entre o peso e a altura. Entre as meninas nessa mesma faixa etária, o aumento do IMC também foi elevado e chegou a 70,3%. O ministério garante, entretanto, que elas apresentam índices próximos do padrão de referência.

O estudo aponta diferenças entre os dois sexos também na idade adulta. Enquanto o risco de obesidade para homens tem aumentado constantemente nos últimos 29 anos, as mulheres mantêm o índice desde 1994.

Crianças

Os dados indicam que o acesso à alimentação tem contribuído para o aumento da estatura de crianças com menos de 5 anos de idade. Entre 1974 e 2007, o índice de deficit de altura – principal indicador da desnutrição – caiu 75%. O estudo “Saúde Brasil 2008” mostra ainda que as crianças brasileiras estão cada vez mais próximas do padrão internacional mantido pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Para avaliar a estatura da população de até 5 anos, a OMS adota uma escala que vai de -2 a 2, em que zero é considerado o padrão ideal. A média das meninas brasileiras é de -0,22 e a dos meninos, de - 0,35.

Mortes de crianças de até 1 ano por diarreia caem 93%

O número de mortes provocadas por diarreia em crianças com menos de 1 ano de idade caiu 93,4% em 25 anos. De acordo com pesquisa divulgada ontem pelo Ministério da Saúde, os óbitos passaram de 32.704, em 1980, para 1.988, em 2005.

O estudo Saúde Brasil 2008 destaca ainda que, no mesmo período, o total de mortes de crianças com menos de 1 ano caiu 71,3%, passando de 180.048 para 51.544. A taxa de mortalidade infantil mais recente no país, relativa a 2007, é de 19,3 óbitos para cada mil nascidos vivos.

A pesquisa também destaca a queda no número de mortes causadas por mais  quatro grupos de doenças relacionadas a altas taxas de mortalidade de crianças de 1980 a 2005: doenças imunizáveis como poliomielite e sarampo (97, 2%), desnutrição e anemias nutricionais (89,2%) e infecções respiratórias agudas como pneumonia (87, 5%).

A menor queda registrada (41, 8%) trata dos problemas que acometem crianças na primeira semana de vida, ainda que a morte ocorra depois disso. De acordo com o estudo, a taxa de mortalidade infantil no Brasil mantém uma tendência contínua de queda – passando de 47,1 óbitos por mil bebês nascidos vivos em 1990 para 19,3 mortes em 2007, uma redução média de 59,7%.

A pesquisa indica que o Brasil está entre os 16 países com condições de atingir a meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio de chegar à “taxa aceitável” de 14,4 mortes por cada mil nascidos vivos até 2012 – três anos antes do prazo final. (AB)

Crescem vítimas de diabetes

Estudo divulgado ontem pelo Ministério da Saúde revela uma queda de 20,5% nas mortes provocadas por doenças cardiovasculares entre 1990 e 2006. A pesquisa alerta, porém, para um aumento no registro de óbitos provocados por diabetes no mesmo período. Nos adultos de 20 a 74 anos, o risco de morte passou de 16,3 por 100 mil habitantes para 24. De acordo com o estudo, o aumento se concentra entre os homens com 40 anos de idade ou mais. Dados da própria pasta indicam que cerca de 11 milhões de brasileiros são diabéticos – desses, 3,5 milhões não sabem do diagnóstico.

Mesmo assim, o grupo dos problemas cardiovasculares reúne as principais causas de óbito no país – apenas em 2006, doenças cardiovasculares mataram 300 mil pessoas, quase 30% do total registrado. Na lista, estão o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC).

A pesquisa analisa a tendência do risco de morte para doenças crônicas não transmissíveis e fatores associados. A redução de óbitos por doenças cardiovasculares foi considerada expressiva na população entre 20 e 74 anos. Nessa faixa etária, o risco de morte caiu de 187,9 por 100 mil habitantes, em 1990, para 149,4 em 2006.

O estudo mostra também que os jovens de 20 a 39 anos estão morrendo menos por doenças cardiovasculares. Para as mulheres, a queda anual foi de 3,6% e para os homens, de 3,3%. A tendência de queda, segundo a pesquisa, é ainda maior quando analisadas as mortes por doenças cerebrovasculares, com redução de 30,9% entre 1990 e 2006. Na população de 20 a 74 anos, a taxa passou de 64,5 por 100 mil habitantes para 44,6 por 100 mil habitantes. (AB). Fonte: da folhapress, de são Paulo

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