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Diário da Manhã - Mundo - Dia 22/11/2009


Invenção de Eusebio Moro pode absorver 90 mil toneladas de CO2 por ano e já chama a atenção da Nasa

Uma floresta com 100 mil árvores artificiais seria suficiente para reduzir boa parte da poluição de um país em um período de 10 a 15 anosNa falta de árvores que eliminem o temível gás carbônico (CO2), o cientista Eusebio Moro fez o projeto de uma espetacular árvore artificial que, sem as necessidades exigidas pela natural, absorve as partículas poluentes do ambiente.

A invenção pode parecer uma torre extravagante e exagerada, mas sua utilidade despertou a atenção de centenas de empresas que querem comercializá-la.

O espanhol Eusebio Moro já assinou 22 patentes de suas criações e, com a árvore artificial, chamou a atenção dos pesquisadores da Nasa, a agência espacial americana, cuja preocupação ambiental mais urgente são os gases e fumaças produzidos nas missões espaciais de longa duração. A empresa da qual Moro é dono, Movigi Spain Air Filter, foi a responsável pela construção do protótipo desta torre de 14 metros de altura e 12 toneladas de peso, cuja capacidade de absorção de partículas poluentes é a equivalente a de 90 árvores de eucaliptos, o que equivale a 90 mil toneladas de CO2 por ano.

"Minha empresa e eu nos dedicamos ao trabalho de depuração de gases em combustão e filtragem para partículas sólidas e, principalmente, para gases de combustão procedente de fornos de cocção. A expectativa gerada pela preocupação com os efeitos dos gases causadores do efeito estufa foi o que nos levou a estudar esta possibilidade", explica o cientista.

"Após apresentá-la, vi que poderia ter uma boa aceitação para sua instalação em espaços urbanos como praças, estações de ônibus, onde há maiores concentrações de poluentes deste tipo", diz Moro. Segundo especulam especialistas na chamada geoengenharia, uma floresta com 100 mil árvores deste tipo seria suficiente para reduzir boa parte da poluição de um país em um período de 10 ou 15 anos.

Ornamentação

Apesar de seu tamanho e envergadura, a árvore artificial poderá modificar sua estrutura em função do lugar onde fique e de seu entorno. Assim, não só realiza o trabalho das árvores naturais dia e noite, mas também constituem um elemento ornamental para o mobiliário urbano. Dependendo do estilo arquitetônico do lugar, estas árvores poderão ter carcaças diferentes que combinem com o entorno.

Para sua apresentação, o artista espanhol Melchor Zapata revestiu esta estrutura com uma peculiar escultura com a qual deu personalidade e originalidade à invenção.

O funcionamento da árvore consiste em fazer com que o ar atmosférico passe da parte inferior da torre à superior, onde há um ventilador que gera uma corrente por meio de catalisadores. Estes catalisadores realizam uma captação dos gases poluentes como o CO2 e outros que normalmente estão dispersos no ambiente e que são gerados por diferentes fontes poluidoras.

Propostas e ideias

Moro conta que recebeu propostas de cidades e empresas interessadas. Por enquanto, segundo ele, "o que temos são algumas ofertas de fabricantes de mobiliário urbano e estamos vendo as possibilidades de ceder a construção dos equipamentos, daqui a quatro ou cinco anos, aos responsáveis pela implantação de novo mobiliário ou em espaços onde ele já estiver instalado".

O cientista também diz ter recebido propostas do Chile e de outros países da América do Sul, além da Nasa, nos Estados Unidos, e de Portugal e Alemanha. "São muitos os países que estão interessados em conhecer o produto e seus resultados", aponta.

Segundo o espanhol, o objetivo de seu projeto não é substituir as árvores naturais pelas artificiais, "mas o que posso dizer é que, em uma árvore natural, o óxido de nitrogênio, o enxofre e as demais partículas poluentes no ar afetam muitíssimo sua vida. A chuva ácida a deteriora e a mata. Estas situações não afetam as árvores artificiais e, ao contrário das naturais, em vez de produzir pólen, o capturam".

As árvores naturais produzem oxigênio, mas à noite mudam o ciclo e emitem CO2. Além disso, as partículas poluentes como as oriundas da má combustão de veículos, principalmente os movidos a diesel, algumas delas mais perigosas do que o gás carbônico para a saúde, aderem às folhas e depois, quando chove, se expandem pelo meio ambiente. "

Os efeitos da combustão de matéria orgânica para a obtenção de energia têm consequências muito graves sobre nosso clima, seu ecossistema e, fundamentalmente, sobre a saúde das pessoas", lembra Moro.

Segundo o cientista, "há anos a comunidade científica está pesquisando processos para combater a mudança climática".

"A única solução possível para deter o impacto da mudança climática sobre o planeta só poderia ser realizada por meio de um giro nas políticas energéticas dos Governos em favor da economia de energia ou da criação de energias alternativas e renováveis com o objetivo de permitir um desenvolvimento sustentável no mundo", afirmou Moro. Fonte: Isabel Martínez Pita, da EFE

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