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Diário da Manhã - Política e Justiça - Dia 29/11/2009

 

 

Dados do TSE mostram que partido obteve dobro de votos nominais do segundo colocado nas eleições municipais

Alex Malheiros.

 

Iris, o provável candidato do PMDB ao governoAs eleições municipais de 2008 podem ter papel fundamental na disputa eleitoral para governador no próximo ano. Os prefeitos e alianças dos municípios do interior farão o trabalho cotidiano de campanha junto ao eleitorado. Em tese, quem sai na frente é o PMDB. Segundo dados do Tribunal Superio Eleitoral (TSE), o partido do prefeito de Goiânia Iris Rezende conquistou 1.098.491,00 votos nominais em 2008 e assumiu o comando de 59 prefeituras; entre elas, grandes colégios eleitorias como Aparecida de Goiânia, Catalão e Quirinópolis e a própria capital do Estado.

O PSDB do senador Marconi Perillo está presente em 52 prefeituras goianas, apenas sete a menos que o PMDB. Porém, a diferença na quantidade de votos nominais é grande. Os tucanos conseguiram 505.698 eleitores em 2008. A base aliada já não é unida como antes. É difícil projetar a decisão que alguns prefeitos tomarão: apoiar Marconi ou entrar na chapa da terceira via, capitaneada pelo governador Alcides Rodrigues (PP). A "ajuda" do PSDB está no PTB, que fez oito prefeituras e teve 141.310 votos nominais.

O cientista político da Universidade de Brasília (UnB), Leonardo Barreto, explica que as prefeituras compõem uma rede e os candidatos ao governo terão palanques nos municípios comandados por aliados. "São redes de palanques. Os prefeitos formam redes de cabos eleitorais. Se o prefeito tiver um governador do partido dele, o município será mais valorizado."

Se a aliança entre PMDB e PT persistir em Goiás, o partido de Iris terá ainda mais força. Os petistas ganharam 12 prefeituras em 2008 e puxaram 168.047 votos nominais. O presidente regional do PMDB, Adib Elias, frisa o trabalho executado pela legenda. "Pensando em 2010, nós fizemos um trabalho já em 2008 para as prefeituras. Conseguimos fazer o maior número de prefeituras em municípios importantes", disse no dia 21 deste mês, em Pontalina, onde o prefeito Iris recebeu título de cidadão pontalinense.

Evidentemente, o cenário de uma eleição municipal não reflete de forma automática em um pleito estadual. O contexto é diferente e a própria relação de força tem suas especificidades. Em 2008, contudo, as maiores lideranças partidárias já projetavam resultados que alavancassem um ideal maior a ser consolidado em 2010.

O próprio Iris chegou a admitir, durante encontro regional do PMDB em Iporá, que aliou-se ao PT em 2008 pensando em projeto maior para o próximo ano.

Marconi tem articulado apoio com partidos emergentes, que podem influenciar na relação com algumas bases eleitorais, e com lideranças locais do PP, PR e DEM, que não compraram a ideia da terceira via.

O nome do candidato da frente alcidista deve ser anunciado em março. Os cotados são o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM), o deputado federal Sandro Mabel (PR), o presidente da Goiás Turismo, Barbosa Neto (PSB), e o secretário de Segurança Pública, Ernesto Roller.

Em 2008, o PP arrebanhou 469.493 votos nominais e fez 48 municípios. Se o objetivo da frente alcidista é quebrar a polarização entre PMDB e PDSB, será preciso fazer com que prefeituras sob domínio de PR, PSB e DEM embarquem no projeto de corpo e alma. O Democratas ganhou 14 prefeituras e teve 135.644 votos nominais. O PR de Mabel conseguiu 213.816 votos nominais e fez 28 prefeituras. Já o PSB de Barbosa fez quatro prefeituras e conquistou 39.456 votos nominais.

Os votos somados de PP, DEM, PSB e PR nas eleições municipais de 2008 chegam a 858.409, número maior que o do PSDB, mas menor que o do PMDB sozinho.

Meirelles

Para o cientista político Leonardo Barreto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve interferir na eleição estadual de Goiás. Segundo ele, Lula pode apontar o caminho a ser seguido por Henrique Meirelles, devido à forte relação dos dois. "Havia muita gente oferecendo legenda para o Meirelles. Ele não se filiou ao PMDB por acaso. Se ele escolheu o partido, foi com uma pré-condição, e ele deve sair  candidato ano que vem", analisa o professor da UnB.

Leonardo aponta que a decisão entre Iris Rezende e Mei-relles passaria pela questão Dilma Rousseff. Pensando na eleição presidencial em que a ministra-chefe da Casa Civil é pré-candidata à sucessão do presidente Lula, o cientista político diz que é necessário avaliar com quem Dilma se sentiria mais à vontade no palanque para engatar candidatura. "O Meirelles seria o 'cara' do Lula, o homem do governo. Avaliando a chapa federal, Dilma se sentiria mais à vontade com o Meirelles", projeta Leonardo.

 

 

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