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Apoiado no forte policiamento no prédio sede, Navarro tenta garantir registro de candidaturas.

Atendendo ao chamado do sindicato, muitos servidores de vários municípios do estado estiveram desde às 10 horas desta segunda-feira (02), se dividindo em frente do TRE-SP (sede Miquelina e Brigadeiro) e, no cartório da 1ª Zona Eleitoral para construir o maior “Apagão Eleitoral”, já visto na história do Judiciário Federal.

Nem o sol escaldante e o policiamento ostensivo, com constantes ameaças, desanimaram os servidores que se concentraram em frente à 1ª Zona Eleitoral, para impedir a realização dos registros das principais candidaturas da capital Paulista.

Os grevistas reafirmavam que diante dos seis anos de salários congelados e da intransigência do governo Dilma que não haverá eleições se não houver negociação em torno do PCS.

Setores que influem no processo eleitoral cruzaram os braços

Os principais prédios da Justiça Eleitoral na região central foram tomados por servidores. Convencidos da necessidade de lutar, a adesão foi ganhando espaço em frente à sede do tribunal e muitos setores do TRE paralisaram totalmente os trabalhos. O principal deles foi o setor de informática, responsável pelo suporte dos programas e cartórios eleitorais.

Administração recuada

Faltavam apenas 25 minutos para iniciar o expediente da 1ª ZE, quando a administração anexou no vidro de entrada do prédio um aviso informando que por “motivos técnicos” o registro dos candidatos havia mudado para a sede do TRE e que o prazo para execução deste serviço seria de 03 a 05 de julho. “Absolutamente subjetivo”, observaram os servidores.

Para impedir que a administração atrapalhasse o movimento com possíveis contra-informações, os servidores se dividiram em três equipes. “Devido ao desrespeito do presidente deste tribunal, que determinou a mudança do local das inscrições dos candidatos para a sede do TRE, mas vamos continuar por aqui, e fazer barulho em todos os cantos”, afirmou o comando de greve em frente à 1ª ZE.

1ª ZE fecha as portas

A todo o momento, a administração intensificava o policiamento militar tentando intimidar os servidores. Mas os grevistas com disposição de luta, garra e animação souberam reverter a situação e a manifestação em frente à 1ª ZE aconteceu até 16h45, quando a administração mandou encerrar os trabalhos com o fechamento das portas.

Categoria forte e unida

Nesta terça-feira (03) será aberto oficialmente o registro das candidaturas na sede do TRE-Miquelina. Todos os servidores da Trabalhista, Federal e JMU estão convocados a se concentrarem em frente à sede do TRE, às 10h.

Precisamos repetir a mesma disposição que desprendemos ontem e mostrar para essa administração do TRE-SP, para a cúpula do Judiciário e para o governo que os servidores do Judiciário Federal não estão de brincadeira, “Sem negociação não vai haver eleição”.

Presidente do TRE volta atrás e reconhece que servidor é fundamental para realização das eleições

Após a declaração à grande imprensa feita pelo presidente do TRE desembargador Alceu Navarro, de que “os servidores podem fazer greve à vontade; o Tribunal funciona só com juízes e comissionados”, a indignação foi geral. “Vamos mostrar a este senhor que quem toca as eleições deste tribunal são os servidores, como estamos em greve queremos ver se realmente a eleição vai sair”, questionavam os servidores da Justiça Eleitoral, se sentindo desrespeitados pela declaração de Navarro.

Para tentar minimizar os efeitos de sua afirmação, a assessoria de Comunicação do Tribunal publicou uma nota na intranet com o título “Presidência desmente comunicado apócrifo”.

Em resposta os servidores reafirmaram seu compromisso com a luta, “eles (administração) precisam sentir a nossa falta para poder nos valorizar, vamos pra rua e não registraremos estes candidatos, aliás, muitos destes estão contribuindo para a não aprovação do PCS-4”, diziam os servidores em frente à 1ª Zona Eleitoral.

A categoria exige do desembargador mais do que palavras de reconhecimento em comunicados. Quer que esse reconhecimento se transforme em ações práticas na defesa do reajuste salarial. O desembargador Navarro preside o maior tribunal eleitoral do país e pode adotar uma postura em defesa do PCS.

Fonte: Sintrajud

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