Hoje Notícias - Economia - Dia 07/11/2009
Da Redação com Agência Estado
A produção industrial em Goiás, em relação aos 14 Estados pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi a única que alcançou elevação em setembro deste ano, em comparação ao mesmo mês de 2008. O aumento foi de 7,3%, o quarto consecutivo de 2009, graças ao crescimento do setor de produtos químicos (49,92% no mesmo período).
Goiás também apresentou alta em setembro frente a agosto deste ano (2,4%), índice superior à média do País (1,2%) e o segundo melhor resultado entre os Estados, perdendo apenas para o Espírito Santo (3,3%). No acumulado dos últimos 12 meses (até setembro) a variação foi de -0,5%, novamente a menor taxa em relação às 14 regiões averiguadas na pesquisa do IBGE. No acumulado do ano (de janeiro a setembro), o índice foi de -1,1%, também o menor do Brasil.
De acordo com o IBGE, a produção industrial goiana ainda foi a única a reverter as queda no primeiro (-6,9%) e no segundo trimestres (-2,4%), registrando aumento de 4,9% no terceiro trimestre. Na passagem do segundo para o terceiro trimestre de 2009, a maioria (11) dos 14 locais registrou um menor ritmo de queda.
Esta redução foi particularmente acentuada no Espírito Santo e no Amazonas, onde, entre os períodos analisados, a taxa passou, respectivamente, de -27% para -12,7% e -14,2% para -6,4%. Frente ao fechamento do primeiro semestre de 2009, todos os locais, com exceção do Pará, mostram ganho de ritmo.
OUTROS SETORES
O segmento de produtos químicos em Goiás também apresentou elevação de 13,26%, de janeiro a setembro deste ano frente a igual período de 2008. No acumulado de 12 meses, o desempenho foi de 5,5%. Em segundo lugar, apareceu a indústria de metalurgia básica, com crescimento de 24,35% em setembro de 2009 em relação a igual mês do ano passado.
O setor de minerais não-metálicos veio na sequência com elevação de 16,46% no mesmo período. No mesmo comparativo, a produção na indústria de transformação cresceu 8,59%. Já as indústrias extrativas e de alimentos e bebidas obtiveram resultados negativos (-6,5% e 2,03%, respectivamente).
Gerente de análise da Coordenação de Indústria do IBGE, Isabella Nunes adiantou que a partir dos dados de outubro haverá “um novo cenário de base para a produção industrial (no País), já que a base de comparação do ano passado passa a não ser tão elevada como ocorreu até setembro”. “Assim teremos oportunidade de entender o comportamento da indústria em 2009, menos associado a uma base tão elevada”, disse Isabella.
A gerente lembrou ainda que esta base elevada está “derrubando os dados da produção comparativos a iguais períodos do ano passado”.
O Popular – Economia – Dia 07/11/2009
Indústria goiana lidera crescimento no País
Em setembro, segundo o IBGE, produção industrial subiu 7,3%, a única a registrar crescimento, quando comparada com o mesmo mês de 2008
Mariza Santana
Goiás foi o único Estado cuja produção industrial cresceu em setembro, na comparação com igual período do ano passado, aponta pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizada em 14 localidades. A indústria goiana registrou aumento de 7,3%, enquanto a média nacional teve índice negativo de 7,8%.
O resultado de Goiás foi puxado pelo segmento de produtos químicos, que cresceu 49,9%, principalmente de medicamentos e fertilizantes. Esse é o terceiro mês consecutivo que a produção industrial goiana tem posição de destaque no cenário nacional. Em relação a agosto, o crescimento registrado pelo IBGE foi de 2,4% em setembro, acima do índice nacional de 0,8%, perdendo apenas para o resultado do Espírito Santo (3,3%).
Também no acumulado dos nove primeiros meses do ano, embora tenha registrado índice negativo de 1,1%, o desempenho de Goiás ainda foi o melhor entre as 14 localidades pesquisadas pelo IBGE e, se comparado com a média nacional (-11,6%). O pior desempenho foi do Espírito Santo (-23,5%).
Para o economista do IBGE, André Macedo, os resultados da indústria goiana se devem à característica local, onde a produção é mais voltada para o mercado interno e, portanto, foi menos afetada pela crise financeira mundial.
Na avaliação do economista da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Cláudio Henrique de Oliveira, a indústria goiana sentiu os efeitos da crise financeira mundial, porém em menor grau do que a atividade em outros Estados. “O forte de Goiás é a agroindústria”, destaca.
Além disso, para Cláudio Henrique, o resultado da produção industrial goiana retrata os investimentos realizados no setor nos últimos cinco anos na ampliação da base produtiva, mudança de tecnologia, melhoria da qualidade do produto e diferenciação da base de produção.
Se for mantida a tendência atual, o economista da Fieg acredita que o resultado acumulado nos primeiros nove meses do ano, que é negativo (-1,1%), pode ser revertido, com a possibilidade de fechar 2009 ainda com taxa positiva, entre 1% e 1,5%.