No país, 1.867 dos municípios não têm estabelecimentos de urgência.
Do G1, em São Paulo
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O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, nesta terça-feira (15), um raio-x sobre a presença do estado nos 5.564 municípios do país. O estudo mostra como atuam, em cada cidade, os serviços governamentais básicos como previdência, assistência social, saúde, educação, trabalho, bancos públicos, infraestrutura, segurança pública e cultura. Os dados são usados pelos técnicos do instituto para ajudar a formular políticas públicas.
O levantamento reúne indicadores, desde 2006, de diversos órgãos governamentais, como secretarias e ministérios, e de censos demográficos e educacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o estudo, em abril de 2009, os dados fornecidos pelo Ministério da Saúde indicavam a existência de unidades ambulatoriais ligadas ao SUS em todo o país. Apenas as cidades de Paraíso (SP) e Mimoso de Goiás (GO) não possuíam esse tipo de atendimento.
O estudo apontou que os estabelecimentos de internação estavam distribuídos da seguinte forma: 39,5% ficam na Região Sudeste; 24,3%, na Região Nordeste; 23,5%, na Região Sul; 7,0%, na Região Norte; e 5,8%, na Região Centro-Oeste. Em todos o país, 1.875 municípios não possuem unidades de internação ligadas ao SUS.
O levantamento indicou que os estabelecimentos de diagnose e terapia estavam distribuídos da seguinte forma: 49,7% estavam na Região Nordeste; 19,2%, na Região Sudeste; 16,1%, na Região Sul; 10,1%, na Região Norte; e 4,9%, na Região Centro-Oeste. As unidades de diagnose e terapia não estavam presentes em 938 cidades do país.
O Ipea revelou que os estabelecimentos de urgência estão distribuídos da seguinte forma: 31,7% estão na Região Sudeste; 29,0%, na Região Nordeste; 24,2%, na Região Sul; 5,9%, na Região Norte; e 9,3%, na Região Centro-Oeste. Em 1.867 municípios não há estabelecimentos de urgência do SUS.
Número de estabelecimentos do SUS no país (por tipo de atendimento prestado)
Regiões Ambulatório Internação Urgência Diagnose e terapia Vigilância epidemiológica e sanitária Farmácia ou cooperativa
Norte 4.941 505 619 1.372 480 45
Nordeste 21.658 2.197 2.213 5.374 2.058 72
Sudeste 20.602 1.719 2.417 8.341 1.380 136
Centro-Oeste 4.358 648 555 1.809 384 10
Sul 11.708 1.032 1.358 4.461 573 56
Brasil 63.267 6.101 7.162 21.357 4.875 319
Educação
Indicadores educacionais usados no estudo do Ipea mostram que, em 2008, havia mais de 170 mil escolas federais, estaduais e municipais no país - a maior parte delas (43.410) localizadas na Região Sudeste. O Centro-Oeste detinha o menor número de escolas, com 8.377.
O número de matriculados na educação básica (que inclui educação infantil, ensinos fundamental e médio, educação profissional e educação de jovens e adultos, antigo supletivo), em 2007, era de mais de 51,1 milhões de estudantes. O Censo Escolar 2009, divulgado pelo Ministério da Educação no final de novembro, mostra que esse número já passou de 52,5 milhões. No entanto, houve uma queda no número de alunos matriculados na escola 1,2% em 2009 em comparação a 2008: o que dá 652.416 estudantes a menos.
Entre as políticas públicas em educação, o documento ressalta a instituição do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que destina recursos federais segundo o número de alunos, e o lançamento do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que prevê uma série de medidas para melhorar a qualidade da educação.
Em relação ao ensino superior, as instituições públicas somavam 249 em 2007 -dados usados pelo Ipea. No entanto, esse número caiu no ano seguinte para 236, segundo dados do Censo da Educação Superior, divulgados no final de novembro.
Transportes
O número de aeronaves movimentadas na Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) foi de 2,1 milhões em 2008, sendo que 163,6 mil são voos internacionais e 1,9 milhão foi de voos domésticos. No mesmo período, o número de passageiros chegou a 113,2 milhões.
O país transportou 1,2 bilhão de quilos de carga, sendo que 49,6% do total seguiram por trechos internacionais e o restante dentro do país.
Em 2008, o país tinha 22,7 mil quilômetros de rodovias pavimentadas municipais, 98,3 mil quilômetros de rodovias estaduais, 17 mil quilômetros de rodovias estaduais coincidentes com as pistas federais planejadas e 58 mil quilômetros de rodovias federais.
Em 2006, o país tinha 310 terminais de cargas em funcionamento e 119 postos de pesagem de cargas e passageiros. A extensão da malha ferroviária era de 28,2 mil quilômetros.
População
De acordo com o Ipea, a Região Sudeste é a mais populosa. As 1.668 cidades têm o maior número de jovens atendidos em ações socioeducacionais. O Nordeste é a segunda região mais populosa do Brasil. Os moradores dos 1.792 municípios recebem praticamente metade dos benefícios rurais de previdência social pagos no país.
A Região Sul é a terceira mais populosa, com cerca de 27,5 milhões de habitantes, distribuídos em 496 cidades do Rio Grande do Sul; 293 de Santa Catarina; e 399 do Paraná. O Ipea considera a densidade demográfica do Sul privilegiada para os serviços públicos de saúde e educação.
No Norte do país, os pesquisadores do instituto reuniram indicadores básicos, como população, número de famílias pobres e PIB dos 449 municípios da região.
A Região Centro-Oeste é a menos populosa do país, de acordo com dados de 2008 do IBGE, e concentra 9,1% dos ocupados no setor público. O estudo do Ipea indica que, como ocorreu nos países desenvolvidos, o emprego público geralmente cresce à medida que se efetua o desenvolvimento econômico. Isso se explica pela necessidade de aumento dos serviços públicos de infraestrutura, educação e saúde.