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Hoje Notícias - Política - Dia 16/02/2010

Mirelle Irene 

Após a última visita a Goiânia do presidente Lula da Silva (PT), petistas goianos enxergam na exortação feita por ele a união de sua base em Goiás amplos reflexos na eleição para governo, em outubro. O deputado federal Rubens Otoni (PT), por exemplo, disse ontem que a visita serviu para essa sinalização maior de união, em desenho há muito montado. “Neste processo, foi fundamental a maneira como o presidente Lula tem tratado o Estado de Goiás”, disse, se referindo a recursos federais com que o petista tem contemplado o Estado. 

“Isso consolidou as alianças políticas do presidente no Estado, principalmente a do PT com o PMDB”, analisa o articulador, colocando, porém, um outro tento no balanço das relações políticas de Lula em Goiás. “Ficou mais evidente um maior isolamento do PSDB”, acredita.   

Rubens lembrou que já alertava para a situação de declínio da base aliada há dois anos. “Na época, quando eu falava que o Tempo  Novo tinha acabado, me taxaram de louco. Da mesma forma fizeram quando eu disse, quase na mesma época, que o governador Alcides Rodrigues (PP) não estaria no mesmo palanque que o senador Marconi Perillo (PSDB)”, recordou. 

“Agora, o acirramento das críticas entre alcidistas e marconistas decreta tanto o fim da base quanto o isolamento do PSDB”, disse, avaliando que tal racha vai trazer problemas para a candidatura do senador tucano, que terá de enfrentar talvez duas frentes de oposição (e críticas) a sua postulação.  

Colega de partido de Otoni, o deputado estadual Luis César Bueno também enxerga um isolamento do PSDB, mas amplia o seu alcance. “Esse processo não aconteceu só em Goiás, mas no Brasil todo. Depois dos resultados do governo que o presidente Lula tem feito, a população não tem saudade da era FHC”, acredita. 

Porém, Bueno alerta que se a base de partidos que apoiam o PSDB de Marconi encolheu, o senador tucano não deixa de trazer perigo para os adversários. “Não podemos ser presunçosos e sim entender que não há favoritos em uma eleição”, alerta.  

“Se a oito meses da eleição começarmos a dizer que o adversário está fraco, na verdade, vamos dar é força a ele”, disse, lembrando que este foi precisamente o erro do PMDB, por exemplo, nas últimas duas eleições que disputou com os tucanos ou aliados deles. “A disputa será muito difícil. Se não errarmos nada e trabalharmos muito teremos chance”, acrescentou o presidente do PT em Goiânia.  

Bueno assinala que é preciso ter cautela no processo, como a demonstrada pelo presidente Lula na sexta-feira, quando teve de ser muito hábil para não “melindrar” nenhum braço de aliados aqui no estado. “Ele não podia desagradar nem o bloco PT/PMDB nem o bloco PP/PR e demais siglas”, comparou Bueno. “Ele se esforçou ao máximo para não ampliar as divergências entre eles”, admitiu. 

“MEU NOME NÃO SERÁ APROVEITADO” 

Lembrado como principal nome aglutinador de apoios para a eleição de outubro – caso o prefeito Iris Rezende (PMDB) não tope o desafio –, o deputado Rubens Otoni surpreende e nega a possibilidade. “Candidaturas a governo e Senado dependem de conversações diversas, inclusive com outros partidos”, começa. “O que depende exclusivamente de mim é uma candidatura a deputado federal”, informa.  

Otoni não enxerga problemas na divisão, cada vez mais evidente, da base do presidente Lula em Goiás. “Não há o menor problema se houver os dois turnos. Estaremos juntos”, reitera, mais uma vez ter colocado seu nome  a disposição da aglutinação da base. Porém, Otoni admite que um passo a mais no seu futuro político fica mais difícil com a divisão da base de Lula em duas chapas.  “Se forem  duas chapas, o meu nome não contribui para esta união”, acredita. (M.I.)

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