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Para médica, assédio moral está ligado à organização do trabalho
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Uma das principais pesquisadoras do tema no Brasil, Margarida apresentou dados da Organização Mundial de Saúde [OMS] que indicam mais de 450 milhões de pessoas no mundo sofrendo de transtornos mentais, boa parte deles resultado do mundo do trabalho. “Diante desse número precisamos perguntar: os homens ficaram mais fracos, ou o trabalho ficou mais violento?”.
O reflexo desses números no Brasil está ligado à reestruturação que aconteceu a partir de 1990, com as terceirizações, as reformas estruturais e a redução dos postos de trabalho. “O capital para ter mais lucro usa de violência para submeter os trabalhadores a sua vontade”.
Para a médica, no entanto, a violência não é somente física, ela pode ser velada e silenciosa e é neste ponto que acontece o assédio moral. Margarida diz que nenhum chefe humilha outra pessoa sem intenção. Essas atitudes, segundo ela, estão ligadas à cultura organizacional e às formas de administrar e organizar o trabalho das empresas e instituições.
“O assédio moral tem uma direção, onde uma pessoa é escolhida para que o medo coletivo seja instaurado”. Margarida também diz que o assédio fragmenta a força política, moral, psicológica e econômica da vítima.
Durante a palestra foi reforçado, ainda, o fato de o assediado colocar em dúvida a sua capacidade profissional e dependendo do tempo de exposição a tais humilhações sua saúde mental poderá sofrer graves conseqüências. “A vítima pode sofrer desde uma depressão leve, passando por um sério esgotamento mental, podendo chegar ao suicídio”, afirmou.
Fonte: Agência de Notícias da Fenajufe com informações do Sintrajud/SP